Reflexão do Evangelho de terça-feira 06 de setembro
Reflexão do
Evangelho de terça-feira 06 de setembro
Lc 6,12-19 - Escolha
dos Apóstolos
Logo no início
de sua vida pública, o Evangelista fala do chamado dos primeiros quatro
discípulos e, finalmente, de Levi, o publicano, que passa a pertencer ao
grupo dos discípulos. Interessante é o modo como se
dá o chamamento: eles estão ocupados em suas atividades do dia a dia, quando
Jesus passa e diz a cada um: “Vem, segue-me”. Seu chamado é ação do Profeta
escatológico, que veio para estabelecer o reinado de Deus, e exige dos discípulos
o abandono dos próprios bens e atividades, para se colocarem totalmente a
serviço do Reino, que está próximo. Dá-se uma verdadeira conversão: a Lei é
considerada como insuficiente para comunicar a justificação e a presença de
Jesus é experimentada como salvação, graça e misericórdia oferecidas
gratuitamente por Deus a todos.
Após passar a noite em oração,
Ele chama os discípulos e “dentre eles escolhe Doze, aos quais dá o nome de
Apóstolos”. Já no Antigo Testamento existiam os “sheluchim”, apóstolos em
grego, que tinham a incumbência de reforçar os vínculos existentes entre os
lares de Israel. No Novo Testamento, o título apóstolo adquire o sentido de
missionário, também de representante ou testemunha, pois eles terão a missão de
atestar que Cristo ressuscitado é o mesmo com quem eles conviveram em sua vida
pública. “Quem vos escuta, a mim escuta”, diz o Mestre, o primeiro “Apóstolo”
ou a testemunha por excelência, enviado pelo Pai.
Por sua vez,
ao falar da missão dada a eles por Jesus, Santo Ambrósio declara serem “eles
semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos
homens. Presta também atenção, continua Ambrósio, ao desígnio divino, pois Ele
não escolheu para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e
publicanos: não devia parecer que eles atrairiam as multidões por causa de sua
sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas; muito menos as atraíssem à
graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o
argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”. Jesus os chama
para que estejam com Ele e possam conhecê-lo como o Filho amado do Pai celestial,
e, a partir desta experiência, sejam testemunhas de sua vida e ensinamentos. Começando
pelas ovelhas perdidas de Israel, eles iriam levar a sua mensagem “até os
confins da terra”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário