Reflexão do Evangelho de segunda-feira 19 de setembro
Reflexão do
Evangelho de segunda-feira 19 de setembro
Lc 8,16-18 - Como
receber e transmitir a mensagem de Jesus
Para transmitir a
mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, bastante
familiar ao precursor João Batista. Para os judeus, a luz exprime a beleza
interior do homem e é reflexo da glória de Deus, manifestação de sua bondade e de
sua verdade. Os salmos descrevem a luz como a vestimenta em que Deus se envolve,
e sua Palavra como ação iluminadora, que, qual “lâmpada, guia os nossos passos”.
Nesse sentido, a parábola do semeador, narrada pouco antes, só pode
ser compreendida por aqueles que estão dispostos a receber a Palavra como
presença salvadora de Deus: ela é “revelação divina” e, portanto, “iluminação”.
Aí aparece Jesus, Palavra eterna do Pai, “luz do mundo”, luz sem ocaso, sem
mudança, jamais eclipsada. Mas importa nunca esquecer: a mensagem de Jesus
sobre o Reino de Deus é reconhecida no interior da Aliança permanente de Deus
com Israel, expressão da incondicional vontade divina de salvar, o que implica
também a necessidade de conversão, de um “ver”, para quem até então estivera
cego.
Nesse sentido, observa S. Agostinho: “Se crês que Deus é como a luz,
evidente aos olhos (...). Mas se entrasse um grão de areia em teus olhos, para
ver, não seria necessário, antes, limpá-los?”. Por sua vez, S. Sofrônio dirá: “Em
nossas mãos, levamos círios acesos para significar a luz eterna daquele que vem
a nós. Então, afastam-se de nossa alma as terríveis trevas e somos iluminados
com o esplendor de Cristo”.
Ao chamar seus
seguidores de “luz do mundo”, Jesus antevê o bem que o Pai lhes concede, capacitando-os
para anunciar e testemunhar seus ensinamentos. Como dispensadores e não
usurpadores da Palavra, eles levarão essa luz ao mundo inteiro, pois “por
acaso, acende-se uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma cama?”. Ao mesmo
tempo, eles projetarão na sociedade a imagem de um mundo futuro de justiça e de
paz, proposta que jamais desaparecerá, porque aquele que acolhe a Palavra será
cumulado de dons e de graças interiores, numa abertura total ao outro, ao mundo
e a Deus.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, OFM
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