Reflexão do Evangelho – Domingo, 26 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho – Domingo, 26 de fevereiro
Mt
6,24-34 - Deus e o dinheiro
Jesus
está à procura não de servos, mas sim de irmãos e de amigos, que estejam prontos
a acolher a dádiva divina, o presente de Deus para nós: o próprio Jesus, seu
Filho muito amado. Com divina sensibilidade, Ele nos coloca diante de dois
senhores: Deus e o dinheiro, dizendo que “ou odiará um e amará o outro, ou se
apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não se pode servir a Deus e ao
dinheiro”. Ao ouvi-lo, os doutos da Lei se sentiam incomodados, não só por
causa do amor pelo dinheiro, mas porque as palavras de Jesus contrariavam a
ideia de muitos de seus compatriotas, que consideravam a prosperidade terrena
como sinal do favor de Deus. No entanto, o povo o ouvia cheio de esperança e de
suave inquietação.
A
liberdade com que Jesus falava, é óbvio, causava espanto e mesmo temor, pois
Ele abordava seus discípulos, de maneira singela e direta, com a intenção de levá-los
a uma decisão: acolher ou não o Reino de Deus. Caso decidissem por acolhê-lo,
deviam estar dispostos a mudar o seu modo de ser e de viver; mudança não apenas
aparente, mas profunda e permanente, pois a opção por Deus significava assumir o
mesmo estilo de vida do seu Filho Jesus: ser interiormente livre, pobre e simples.
Eles bem compreendem que as suas palavras não se reduzem a meras prescrições,
mas são indicações de como trilhar um caminho, que não tem término, marcado
pelo despojamento e por um serviço, em tempo integral, a Deus e aos seus
semelhantes, particularmente, os pobres, pois “são eles, escreve S. Gregório de
Nissa, os ecônomos de nossa esperança e guardiães do Reino de Deus”.
Mestre
é aquele que comanda o modo de pensar e de agir do seu seguidor. Por isso, os
escribas e fariseus ficam desconcertados, quando Jesus dá a entender que quem se
deixa guiar pelos bens materiais, não se coloca totalmente à disposição de Deus
e não passa pelos umbrais que conduzem ao Reino dos Céus. Mais tarde, dirá S.
João Crisóstomo: “Este não subsistirá e perecerá, inevitavelmente, com suas
preocupações, inquietudes e fadigas, mas, ao invés, os que têm Jesus como seu
Mestre, são movidos pela esperança e livres de toda inquietação (mérimna), ansiedade e dubiedade, alcançarão
a serenidade e a tranquilidade de espírito”. A meta a alcançar é a felicidade
de quem participa das bênçãos do Pai, sempre atento às necessidades vitais de seus
filhos, que viverão a doçura da convivência humana, na dinâmica inesgotável de
seu amor divino.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
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