Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 16 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho
Quinta-feira,
16 de fevereiro
Mc
8,27-33 - Confissão de S. Pedro
A
caminho das aldeias de Cesareia de Filipe, para introduzir os Apóstolos no
mistério de sua missão, cujo objetivo era formar e reconstituir o Povo de Deus,
Jesus pergunta-lhes: “E vós, quem dizeis que eu sou? ”. A resposta de Pedro, em
nome de todos, é imediata e direta: “Tu és o Cristo de Deus”.
Momento
solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração e de comunhão com o
Pai, os olhos interiores dos Apóstolos se iluminam e eles reconhecem nas
palavras de Jesus uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Com
efeito, chamando-o de “o Cristo de Deus”, o apóstolo reporta-se, evidentemente,
ao Messias, compreendido não como um rei terreno e político, mas como o
Salvador esperado e desejado por todos os homens, pois sua missão se estende
para além dos horizontes de Israel e atinge todas as nações. É a realização da
esperança messiânica: reunião de todas as gentes num só povo, o povo messiânico.
Os gentios acolhidos são mais do que os prosélitos, vindos da Diáspora; compreendem,
também, todos os que se converteriam à sua Palavra, proclamada até as
extremidades da terra.
Mas
não só. A ação de Jesus vai além da reconciliação dos homens com Deus; estende-se
à comunhão dos homens entre si, graças à solidariedade com Ele; melhor, graças à
inclusão nele de toda a humanidade regenerada. Bela é a expressão de S.
Atanásio: “Deus se fez homem para que o homem se tornasse Deus”. Se a nossa
humanidade é a mesma que foi assumida pelo Filho de Deus, então, podemos
afirmar que a sua humanidade não é simplesmente semelhante à nossa, mas ela é
de fato a que está em nós. Daí a sublime conclusão: nele, nós todos nos
encontramos, de maneira que o retorno dele ao Pai já é, em plenitude, a nossa
presença junto de Deus. Exclama S. Hilário de Poitiers: “Se o Filho de Deus
assumiu um corpo, Ele se fez homem; assim como a Eternidade assumiu o corpo de
nossa natureza, nós devemos saber que a natureza de nosso corpo, em Cristo,
pode receber o poder da Eternidade”.
As palavras de Pedro indicam não só a prova
pela qual Jesus deverá passar, mas igualmente a fé dos discípulos, que hão de
acolher a sua Paixão. É o seguimento da cruz, caminho de renúncia, necessário
para encontrar-se com Ele e para decidir-se por Ele. A missão de Jesus alcança
o seu escopo, porque no coração do Pai, o povo messiânico participa da perfeita
unidade no amor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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