Reflexão do evangelho - Sábado, 11 de fevereiro

Reflexão do evangelho
Sábado, 11 de fevereiro
Mc 8,1-10 - Multiplicação dos pães (a segunda)

       
        Jesus sobe à montanha e senta-se. Os enfermos que dele se aproximam são curados, sinal da presença de Deus e do seu imenso amor por todos. Realizam-se em Jesus as palavras dos profetas que anunciavam o Messias como aquele que reuniria as ovelhas dispersas e desgarradas, feridas e débeis. E não só. O que aos discípulos parecia impossível, alimentar naquele lugar desértico a multidão de pessoas que o seguia, torna-se um fato real. À mente deles, surge a imagem da solicitude de Deus, alimentando no deserto o povo de Israel.
De fato, muitos deles tinham vindo de longe. Como alimentá-los? Quem toma a iniciativa é o próprio Jesus, que, olhando ao seu redor, exclama: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo e não tem o que comer”. Mais do que um simples sentimento, a palavra compaixão expressa algo que provém do interior de sua alma, de suas entranhas (splagxvízomai). Com ternura, diz Ele: “Não quero despedi-los em jejum, de modo que possam desfalecer pelo caminho” e, tomando os sete pães que lhe apresentam, após a tríplice ação de bendizer, partir e dar, que terá seu paralelo na última ceia, Ele lhes propicia alimento em abundância.
         Considerando esse milagre como prenúncio da instituição da Eucaristia, escreve S. Hilário de Poitiers: “Aquela multidão é saciada pela Palavra de Deus, proveniente da Lei e dos profetas, e da abundância do poder divino, reservado aos pagãos, juntamente com o serviço do alimento eterno, comunicado aos Doze Apóstolos”. Com efeito, também denominada “ágape”, a Eucaristia indica o amor generoso e gratuito de Deus, que se doa à humanidade como alimento espiritual. É “a grande santa Ceia messiânica, no dizer de S. Ambrósio, oferecida às comunidades, provenientes de perto, os judeus, de longe, os pagãos”. Para participar dela, mais importante do que lavar as mãos é purificar o coração, pois só assim se há de ‘compreender’ que, em Jesus, Deus se fez presente no íntimo do homem e o alimenta com a sua própria vida.
          Desde já, a mesa do Reino torna-se acessível a todos, contanto que acolham, no poder daquele que fez todas as coisas, a Palavra transformadora e renovadora do Evangelho. Na celebração da Ceia, Cristo está presente no dom de si mesmo, Ele que nos diz: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é o meu corpo, para a vida do mundo” (Jo 6,51s).


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm


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