Reflexão do Evangelho - Sexta-feira, 17 de fevereiro

Reflexão do Evangelho
Sexta-feira, 17 de fevereiro
Mc 8,34-9,1 - Condições para seguir a Jesus


        Justamente após a profissão de fé do Apóstolo S. Pedro, os discípulos encontram-se diante de um novo enigma: Jesus anuncia sua paixão e morte. Alimentando o sonho da vinda de um Messias político, perturbados e preocupados, eles escutam suas palavras, sem ousar pedir-lhe um esclarecimento. Porém, ao longo do caminho, voltando-se para os discípulos, Jesus lhes diz: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me”. Segui-lo não é apenas acompanhá-lo ou ir atrás dele, mas é participar de sua vida e de sua cruz; é estar preparado a sacrificar a própria vida no anúncio do Evangelho.
No desejo de fortalecê-los, Jesus lhes apresenta uma exigência paradoxal: “Quem quer salvar a vida, vai perdê-la, mas o que perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará”.  Orígenes dirá que a expressão: “‘Perder a vida por causa de mim’, significa mais do que por causa de Jesus, é perdê-la por causa de sua união com Ele”. Para isso, era preciso assumir a decisão de abandonar a própria profissão, a própria casa, a família, para se entregarem ao anúncio da boa notícia da vinda e da proximidade do Reino de Deus. Assim, caracteriza-se uma verdadeira conversão religiosa, necessária para alguém ser membro da comunidade dos seguidores de Jesus: a renúncia corresponde ao sim, dado no momento em que decidiram segui-lo. A fonte primeira, dessa decisão, era o feliz reconhecimento de que o caminho para se chegar à salvação é Jesus, o profeta escatológico, que, proveniente de Deus, traz a alegre mensagem de que o Reino de Deus, a se efetivar no futuro, já é uma realidade presente.      
Constituídos discípulos, eles estão com Ele e são enviados a pregar, com o poder de expulsar os demônios (3,14-15), e, então, compreendem que estar em comunhão com Jesus é participar da salvação concedida por Deus à humanidade inteira. Alegria, bondade, caridade, desprendimento do mundo temporal, eles se transformam e se identificam com Jesus, cujo olhar é perdão, benevolência, compreensão. Daí o fato de eles conservarem uma das mais belas e densas lembranças da convivência com Jesus: sua oferta de salvação e a convicção de que o reinado de Deus está ligado, indubitavelmente, à própria vinda de Jesus a este mundo.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm


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