Reflexão do Evangelho - Quarta-feira, 15 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho
Quarta-feira,
15 de fevereiro
Mc
8, 22-26 - A cura do cego de Betsaida
Com esta passagem, conclui-se a controvérsia de
Jesus com os fariseus sobre os ritos de purificação. Logo após atender ao pedido
da Cananeia e ainda na região da Decápole, Ele realiza a cura do cego de
Betsaida, reafirmando a ideia de que a verdadeira pureza brota do interior do
coração e é fruto da fé concedida por Deus. A repreensão feita, anteriormente,
aos fariseus e aos discípulos, por não terem compreendido suas palavras, é compreendida
como uma dramática preparação para a cura desse cego.
Talvez
para provocá-los, por causa da incompreensão deles, o Mestre leva o cego a um
lugar à parte, e lhe restitui gradativamente a visão, em dois tempos, para,
justamente, incentivá-los no processo de conversão interior ou na cura da
cegueira espiritual. De fato, primeiramente, aquele que era cego vê, de modo
turvo, as “pessoas que nem árvores andando”. De modo semelhante, também os
discípulos, que, apesar do contato assíduo com Ele, não captam imediatamente o
sentido de suas palavras: há necessidade de uma preparação para se chegar à
grandeza da fé e, portanto, à compreensão de suas palavras.
Em sua divina pedagogia, Jesus utiliza
um modo simples e direto para levá-los ao significado mais abrangente de sua
pessoa e de seus ensinamentos. No primeiro momento, durante sua vida terrena, os
discípulos o reconhecem em sua natureza humana, só posteriormente, após a
Ressurreição, eles irão confessar a sua natureza divina, não como um divino
anônimo, mas como o rosto humano de um Deus, que “se aniquila”, com amorosa
loucura, no cumprimento pessoal de uma missão salvadora.
Mergulhados no imenso movimento de
encarnação do Filho de Deus, os discípulos, de ontem e do futuro, tomam
consciência de sua pouca fé e se voltam para Ele, o Crucificado ressuscitado. E,
então, novamente unidos a Jesus, eles são convocados a reunir os povos pagãos
com os judeus numa única comunidade, o que lhes recorda os momentos diversos em
que Jesus se revelou como o Profeta, “a luz do mundo”, que restauraria a
unidade de todos os povos na única humanidade querida por Deus. Fortalecidos e
iluminados pelo Senhor, eles reavivam a experiência do perdão e da misericórdia
e são confirmados na missão de evangelizadores. Eles irão declarar o que dirá,
mais tarde, S. Atanásio: “Deus se tornou portador da carne, para que o homem
pudesse tornar-se portador do Espírito divino”.
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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