Reflexão do Evangelho - Quinta-feira, 09 de fevereiro
Reflexão
do Evangelho
Quinta-feira,
09 de fevereiro
Mc
7,24-30 - Cura da filha da Cananeia
Jesus se encontra em terra estrangeira, cuja
população se liga aos antigos cananeus, execrados pelos judeus. E é uma filha
desse povo que suplica, exclamando como os dois cegos: “Tem piedade de mim,
Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim; a minha filha está horrivelmente
endemoninhada” (Mt 15,21). No dizer de S. Hilário de Poitiers, “a filha de uma cananeia
aparece como figura de todos os povos pagãos, que se converterão ao Senhor”. A
resposta imediata de Jesus reflete a mentalidade presente entre os judeus, de
que o Messias daria prioridade aos filhos de Israel: “Não fica bem tirar o pão
dos filhos e atirá-los aos cachorrinhos”. No entanto, a cananeia persevera e não
desiste, sua fé é grande e ela crê que Ele pode curar a sua filha. Com
confiança, ela profere a surpreendente confissão: “Isso é verdade, Senhor, mas
também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos! ”.
Por isso, declara o próprio Senhor: ‘Mulher, grande é a tua fé! ’”.
Por
sua atitude humilde, a cananeia torna-se modelo para a Igreja e manifesta que o
Reino de Deus se estende para além dos limites étnicos e sociais, o que leva S.
Agostinho a exclamar: “A mulher provém de um povo pagão e é símbolo e figura da
Igreja, grandemente louvada pela sua humildade, enquanto outros estão cheios só
do seu orgulho”. De fato, livre de todo preconceito e não temendo ir a um
estrangeiro, ela aborda o Senhor, rogando-lhe a cura de sua filha e, em seu
despojamento, ela revela sua abertura radical ao amor e à bondade divina.
A
cena nos comove e nos encanta. A simplicidade e sinceridade da mulher refletem sua
cordial entrega nas mãos de Deus, o que nos faz lembrar a cândida alma de Francisco
de Assis, que, louco por Cristo e pela “dama pobreza”, vive a liberdade
interior. A mulher não exige, simplesmente suplica, não é arrogante, coloca-se aos
pés do Mestre, na humildade e no respeito a toda criatura, mesmo a um simples
cachorrinho. Agora, ao dirigir à mãe o seu olhar, Jesus desperta confiança inextinguível
no coração orvalhado daquela mulher, que ao ouvir as suas palavras: “Pelo que
disseste, vai: o demônio já saiu da tua filha”, ergue-se e, com um sorriso
grato e alegre, retira-se. E no coração dos que lá estavam, arde a chama
sagrada da misericórdia divina.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm
DEUS lhe abençoe e lhe ilumine. Obrigado p/ reflexão D. Fernando.
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