Reflexão do Evangelho - Segunda-feira, 06 de fevereiro

Reflexão do Evangelho
Segunda-feira, 06 de fevereiro
Mc 6, 53-56 - Curas ao redor de Genesaré


          Uma vez mais, Jesus encontra-se na região da Galileia, mais precisamente, em Genesaré, vasta faixa de terra fértil, situada na planície de Genesar, na margem ocidental do lago do mesmo nome. Além da multiplicação dos pães e do fato de caminhar sobre as ondas do mar, Ele realiza aí muitos outros milagres. Fascinado pela sua grande bondade, o povo o considera mais do que um simples taumaturgo e, maravilhado com os seus ensinamentos, compara-o a Moisés, que com autoridade falava ao povo, no deserto. À mente de todos, surge uma questão: “Não é ele o Messias? ”. O milagre provoca curiosidade e espanto. O povo vê-se perante o inaudito, o estupendo, manifestações do milagre, que os encanta e os inebria, deixando, no entanto, na penumbra, o essencial: o poder salvador de Deus, manifestado plenamente em Jesus.
        Ele não realiza milagres em benefício próprio, nem toma iniciativa de fazê-los; Ele os realiza simplesmente por misericórdia. Daí o fato de o povo se aglomerar ao redor dele: um homem em quem não há maldade; alguém que passa fazendo o bem, que suscita a fé e traz felicidade e esperança. Por compreender a história dos sofrimentos humanos e sentir compaixão para com seus semelhantes, sua presença é garantia permanente do auxílio divino, puro dom de Deus. Assim, despertando a fé e comunicando uma mensagem alegre, Jesus realiza prodígios com a intenção de levar todos à salvadora comunhão com Deus.
        Embora o aspecto exterior, que desperta curiosidade, não seja o mais importante do milagre, ele nos passa algo essencial: remete-nos à pessoa de Jesus, o Filho de Deus, e aos seus ensinamentos. Portanto, não é de se admirar que até hoje muitos se perguntem sobre quem é Ele, e muitos se espantem, como seus contemporâneos, ao ouvi-lo dizer: “Eu e o Pai somos um”. Para os judeus que, após anos de luta e de sofrimento, tinham superado o politeísmo, eram surpreendentes as suas palavras: “Eu estou no Pai e o Pai está em mim”. Para nós cristãos, o milagre assegura a manifestação do poder de Deus e, em Jesus, a sua presença entre nós, como aquele que nos ama e nos torna participantes de sua generosidade e amor. Porém, no dizer de S. Agostinho, “urge lançar fora a areia dos olhos, pois, para ver a luz, é necessário primeiramente limpá-los”.
Por outro lado, superando as leis do mundo físico, o milagre atesta a realidade de nossa vida em Deus e a nossa liberdade de filhos, que Ele concede aos que o acolhem. É o início de um novo tempo; é a chegada do Reino de Deus; é nossa imersão no infinito horizonte da sua bondade, onde não existem medo, angústia e solidão, mas reinam a harmonia e uma vida mais plena, que se estende para além da morte corporal.

Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm




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