Reflexão do Evangelho de Domingo – 17 de Novembro
Reflexão do Evangelho
de Domingo – 17 de Novembro
Lc 21, 5-19: A ruína
de Jerusalém e o fim dos tempos
Os
sinais precursores do fim do mundo, preditos no Evangelho de S. Lucas, são
idênticos aos referidos no Evangelho de S. Mateus e S. Marcos. Escreve S.
Agostinho: “Todos os três referem-se à resposta dada pelo Senhor aos discípulos
que lhe perguntavam quando aconteceria a destruição do Templo por Ele predita e
qual seria o sinal da sua segunda vinda, o fim do mundo”. Para evitar mal
entendidos, Jesus esclarece que os acontecimentos, nomeados por Ele, não ocorrerão
apenas no fim dos tempos, mas se realizarão ao longo da vida cristã ou, na
expressão do bispo de Hipona, “eles não cessam de vir até o fim do mundo”. Igualmente,
há também uma paulatina preparação para a vinda gloriosa do Senhor. No seu
poder misericordioso, os discípulos nascem, a cada momento, para uma vida nova,
num processo de assimilação sempre maior a Jesus. É um caminhar de plenitude em
plenitude. Nessa perspectiva, a segunda vinda ou o fim dos tempos não será uma
realidade trágica e temerosa, mas será sim a manifestação plena do supremo amor,
participado por todas as criaturas, em suas características próprias.
Essa
transformação é descrita por Santo Irineu de Lyon em termos de um processo de
“acostumação” a Cristo. Embora, o fim dos tempos seja considerado um momento
decisivo do “assemelhar-se” a Jesus, ele se estende pela eternidade afora. O
fim dos tempos será, simplesmente, o nosso ingresso no eterno de Deus. No
entanto, preparando-nos para o encontro com o Senhor glorioso, haverá, no
transcorrer do tempo, sinais e convites. O próprio Jesus anuncia a destruição
do Templo de Jerusalém, que marcará o fim da Antiga Aliança e a renovação do
sacrifício oferecido ao Pai.
No que concerne ao fim
dos tempos, S. Hilário lembra que “Deus não nos deixa conhecer quando será o
fim do mundo. Ele nos oferece largamente um tempo de penitência e de vigilância.
Mas como no tempo do dilúvio, esse grande dia virá quando estivermos ocupados
em nossas ações e sofrimentos”. Prevê-lo, é impossível. O essencial é sintonizar,
desde já, a vida com o amor benevolente e misericordioso do Pai.
Portanto, para os
seguidores de Cristo, o fim dos tempos, longe de ser um momento de temor, ele
será o tempo privilegiado das bem-aventuranças. Nele, dar-se-ão a consolidação
de nossa união com Deus e a manifestação do amor fraterno, na verdade e na
justiça.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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