Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 07 de Novembro
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira – 07 de Novembro
Lc 15, 1-10: Parábola
da ovelha perdida
Para
não incorrerem em impurezas legais, os fariseus tinham estabelecido regras
rigorosas sobre como se manterem distantes dos assim considerados pecadores.
Eles negavam emprestar-lhes dinheiro ou lhes pedir algo. Não lhes davam uma
filha em casamento, nem os convidavam como hóspedes. Por isso, mostram-se
escandalizados diante do modo como Jesus acolhia os pecadores, frequentando suas
casas e “comendo com eles”. S. Cirilo de Alexandria os interroga: “Dize-me,
fariseu, por qual motivo lamentas que Cristo não se tenha negado a estar com
publicanos e pecadores, mas lhes tenha proporcionado os meios de salvação?”
Aliás, o próprio Jesus lhes responde contando duas parábolas: a da ovelha
desgarrada e da dracma perdida.
No relato da ovelha
desgarrada os verbos “buscar-encontrar” revelam, antes de tudo, a iniciativa do
Pastor e o seu cuidado para com todas as ovelhas. Observa S. Máximo: “Ele não
se esquece, nem mesmo da mais insignificante, pois Ele se recorda de todas”. S.
Ambrósio, num lampejo brilhante de visão espiritual, observa que “os ombros de
Cristo, sobre os quais ele coloca a ovelha perdida, são os braços da Cruz, que
abraçam a todos, pois ele veio salvar, justamente, aquele que estava perdido”.
As palavras do Senhor nos lançam nos espaços do seu amor para com os
“pequenos”, pois em seu coração palpita o divino desejo de que nenhuma das
ovelhas se perca. Impõe-se um imperativo: jamais deixar de acolher ou
escandalizar qualquer uma delas. Pois ela é objeto do terno carinho do Pastor
que conhece e chama cada uma “por seu nome” próprio, insubstituível. A dor e a
ansiedade do pastor, quando uma delas se perde, transformam-se em alegria e
festa ao encontrá-la.
Jesus veio não para
condenar, mas sim para salvar os pecadores, jamais rejeitados, não meramente
censurados ou lamentados. Não há regozijo com a perda deles. No Evangelho de S.
João, o Bom Pastor demonstra sua ternura, velando para que ninguém se perca. Atitude
que o leva a chamar os pecadores para se assentarem à mesa com ele, o que
provoca a exclamação de S. Efrém: “Espetáculo admirável: os anjos temem, por
causa de sua grandeza, e os pecadores comem e bebem com Ele”.
Em suma, refletindo
sobre essa parábola, dizemos com S. Basílio Magno: “O bom Pastor vai ao teu
encontro e se tu te dás a ele, ele não hesitará e não desdenhará na sua bondade
em te colocar sobre seus ombros, alegrando-se por ter encontrado a ovelha que
estava perdida. E se alguém protesta que tu foste acolhida imediatamente, o
próprio Pai falará em tua defesa dizendo: É necessário festejar e alegrar-se,
porque esta minha filha estava morta e agora retornou à vida, estava perdida e
foi reencontrada”. Igualmente, na parábola da dracma perdida, a alegria ao
encontrá-la corresponde, conclui Jesus, “à alegria diante dos anjos de Deus por
um só pecador que se converte”.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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