Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 04 de Novembro
Reflexão do Evangelho de Segunda-feira – 04 de Novembro
Lc 14, 12-14 – Escolha dos convidados
Jesus censura os escribas e fariseus pelas
suas práticas meramente exteriores. Eles se arvoram em juízes de seus
conterrâneos, apresentando-se como modelos do judeu observante. Porém,
canalizam para eles e não para Deus a glória e o reconhecimento do povo.
Transformam a prática da fé “em fardos pesados e os põem sobre os ombros dos
homens, mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-los”. A fé, fonte de
alegria e de paz no serviço a Deus, deixa de ser uma adesão íntima a uma
presença pessoal, secreta e revelada, para se reduzir a uma carga difícil de
ser transportada. Ora, para Jesus, o Pai é aquele que vem a nós na soberana
liberdade do seu amor. Nossa resposta será leve e suave, entremeada de alegria,
justiça, santidade e de verdadeira felicidade.
A única exigência posta pelo Senhor é o
desapego. Ideia já presente no A.T. e agora, proclamada por Jesus, de modo
especial, no Sermão da Montanha: “Fazei o bem e emprestai sem esperar coisa
alguma em troca. Será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo”.
No entanto, a expectativa de uma recompensa
não é excluída, contanto que a causa determinante de nossa ação seja o amor, amor
totalmente desinteressado, dadivoso e gratuito, reflexo da generosidade divina.
Por isso, no Evangelho do dia de hoje,
Jesus recomenda que “não se convide os amigos, nem os irmãos, nem os parentes,
nem os vizinhos ricos; para que não te convidem, por sua vez, e te retribuam do
mesmo modo. Pelo contrário, quando deres uma festa, chama os pobres,
estropiados, coxos, cegos; serás feliz, então, porque eles não têm com que te
retribuir. Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos”. O discípulo
do Senhor não compartilha a mesa com outros para se assegurar de uma
retribuição ou obrigação recíproca. A solicitude que ele demonstra para com os
necessitados reflete a solicitude de Deus.
Jesus exorta seu seguidor a ter uma
atitude totalmente desinteressada, pois diz ele: “Serás, porém, recompensado na
ressurreição dos justos”. A propósito, Santo Irineu pergunta-se: “Onde estão os
cêntuplos prometidos neste mundo pelos alimentos oferecidos aos pobres? Terão
lugar nos tempos do Reino, no sétimo dia, santificado quando Deus repousou das
obras que tinha feito. Este é o verdadeiro dia de festa dos justos. Eles terão
uma mesa preparada por Deus, que os nutrirá com todo tipo de iguaria”. Portanto,
para participar do banquete celestial há um critério infalível, o amor
fraterno.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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