Reflexão do Evangelho de Sábado – 16 de Novembro
Reflexão do Evangelho
de Sábado – 16 de Novembro
Lc 18, 1-8: O juiz
iníquo e a viúva importuna
Após a parábola do
amigo importuno, Jesus conta aos apóstolos a parábola do juiz iníquo, ao qual uma
pobre viúva recorre, clamando por justiça. O juiz mostra-se indiferente, surdo a
Deus e aos homens. Mas farto de ser importunado pela viúva, que “lhe causava
fastio”, ele finalmente a atendeu. Com muito maior razão, pergunta Jesus, “não
faria Deus justiça a seus eleitos que clamam a Ele dia e noite, mesmo que os
faça esperar?” Certamente Deus atenderá às súplicas de seus filhos.
Visando
despertar nos discípulos a perseverança na oração, sugerida na introdução da
parábola, Jesus descreve os insistentes rogos da viúva. Caso eles procedam do
mesmo modo, a prece deles será acolhida pelo coração amoroso do Justo por
excelência, Deus, o divino Juiz. Ainda que retarde, seu julgamento não deixará de
acontecer. Mesmo que, no presente momento, eles tenham de suportar a
iniquidade, o crime e o pecado, o Senhor não os abandonará e virá em socorro
deles. Sua paciência é sem limites. Ela reflete a longanimidade misericordiosa
do seu coração, que concede aos pecadores o tempo necessário para se arrepender
e para que o número dos eleitos possa ser sempre maior.
Nesse sentido, exclama
São Cirilo de Alexandria: “O contínuo apresentar-se da viúva oprimida
conquistou o juiz iníquo que não temia a Deus e, contra a sua vontade, concede-lhe
o que ela pedia. Como poderá aquele que ama a misericórdia e odeia a
iniqüidade, que sempre estende sua mão salvadora aos que o amam, não acolher os
que se achegam a Ele dia e noite?” De fato, escreve S. Agostinho, “o Senhor
quis que da atitude do juiz iníquo se deduzisse o modo como Deus, bom e justo,
trata com amor os que recorrem a ele pela oração”.
Ao ouvir essas palavras, a confiança avigora os nossos corações porque,
na pessoa de seu Filho Jesus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo, Deus já
veio em nosso socorro. Orígenes afirma que o próprio Jesus ora em nós: “O Filho
de Deus é o sumo sacerdote das nossas súplicas e nosso defensor junto ao Pai.
Ele une-se, em sua prece, àqueles que rezam e invoca em favor dos que
suplicam”. Nele, os movimentos do nosso coração tornam-se uma única e
ininterrupta prece, que nos permite experimentar a força da Ressurreição.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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