Reflexão do Evangelho de Terça-feira – 05 de Novembro
Reflexão do Evangelho
de Terça-feira – 05 de Novembro
Lc 14, 15-24:
Convidados recusam o banquete
Uma
das mais belas imagens do céu nas Escrituras é o banquete ou a celebração das
bodas dada pelo rei em honra de seu filho. Mas para participar dele há uma
condição, a de ser livre diante dos bens materiais. É o que se deduz da
resposta dada pelos convidados ao banquete, como atesta S. Cirilo de
Alexandria: “Eles desdenharam o convite, porque estavam voltados para as coisas
terrenas e tinham concentrado sua mente nas vãs distrações deste mundo”. Uns
tem bois e mulheres, campos e outros afazeres que os impedem de ouvir o apelo
do Senhor, cujo desejo é de que todos tenham disposição de espírito, abertura
de coração e liberdade interior, expressos no desapego ou na pobreza em
espírito. Os que estão presos aos seus bens e preocupações não participam da
festa, ou como diz S. Agostinho, “os primeiros convidados foram reprovados
devido a suas escusas. Por isso, venham os mendigos, já que quem convida é
aquele que sendo rico se fez pobre por nós, para que os mendigos nos enriqueçam
com a sua pobreza”.
Na
parábola contada por Jesus, dois elementos se destacam. O primeiro refere-se
aos convidados originais para a festa, aos quais foram enviados convites com muita
antecedência, com tempo suficiente para se prepararem. Torna-se assim
justificável o desagrado do rei diante da recusa dos convidados, que,
claramente, negavam dar-lhe a honra que lhe era devida. Há nesta passagem uma alusão à atitude dos
judeus, criticada por Jesus, embora transpareça no texto seu desejo de que, também
eles, participem da alegria do Reino.
O segundo elemento da
parábola refere-se aos que, posteriormente, foram conduzidos ao banquete: maus
e bons, pecadores e estrangeiros, recolhidos ao longo das estradas. Fruto da
graça divina, o convite é para todos. No entanto, ele não deixa de ser um alerta
tanto para os que o recusaram como para os que, aceitando-o, se aproximaram indignamente
da festa. Se a graça é um dom gratuito, ela exige o compromisso de ter o
coração aberto para Deus e de viver segundo sua Palavra. Atitude emblemática que
coloca os discípulos a serviço de Deus e dos homens, a exemplo de Cristo que
“sendo rico se fez pobre por nosso amor” (S. Paulo). Só então eles terão acesso
ao banquete celestial.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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