Reflexão do Evangelho de Quinta-feira – 28 de Novembro
Reflexão do Evangelho
de Quinta-feira – 28 de Novembro
Lc 21, 20-28: Jerusalém
cercada, a desolação.
Retomando a profecia de Daniel 9,27 sobre as
70 Semanas, os Evangelhos Sinóticos anunciam o fim dos tempos, o dia do
julgamento e a destruição de Jerusalém. Ao dizer que “está próxima a sua
desolação”, o Evangelho lembra que o homem e o mundo, povos e nações, tudo é
corruptível. Aliás, o termo desolação, em grego “erémwsis”, alude a um lugar
deserto, em que as pessoas se sentem abandonadas. Em seu sentido religioso, a
palavra exprime o esquecimento da Aliança com Deus e indica ausência ou falta
de afeição às realidades divinas.
No entanto, para o cristão, a vida humana não
tem por destino o vazio e o silêncio absoluto; seu olhar não se prende a uma
visão desoladora do mundo. Elevando-se para além da realidade perecível, ele ouve
as palavras consoladoras e alegres do Mestre: “Quando isto começar a acontecer,
olhai, erguei vossa cabeça, pois aproxima-se o tempo da vossa redenção”(21,28).
Para S. Cipriano e S. Agostinho, o Senhor quer lavar e purificar o mundo, ao
qual Ele não é estranho, pois, no dizer de S. Ambrósio, “o mundo já acolheu a
vinda do Senhor, nascido da Virgem Maria”.
O sentido da vida não
se dilui no fracasso, mas realiza-se no Filho do homem, Jesus, que, de modo terno
e carinhoso, sinal de seu amor infinito, olha seus discípulos,
transmitindo-lhes a certeza de que não os deixará sozinhos, mesmo nos momentos
difíceis e atribulados. Ele venceu os poderes da morte. Por isso, comunicando
aos seus corações confiança e serenidade, Ele diz aos discípulos: “Alegrai-vos”,
porque o Filho do homem está chegando, já agora vivemos o fim dos tempos. Seu
mandato é decisivo: “Vigiai, orai, em lugar de buscar sinais, vivei o momento
presente, cativos do Espírito Santo”! Em Jesus, não há lugar para a desolação. Ele
é o Mediador pelo qual retornamos a Deus em um oceano de luz e de silêncio. Desde
já, tornamo-nos um “ressuscitado”, antecipando a vitória definitiva sobre a
morte e a transfiguração da criação no momento da Parusia.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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