Reflexão do Evangelho de Jo 20, 19-23 - Aparição aos Apóstolos (Pentecostes) - Domingo 08 de Junho
Reflexão do Evangelho de Jo 20, 19-23 - Aparição aos Apóstolos
(Pentecostes)
Domingo 08 de Junho
O sol já
descambava, quando Jesus, no primeiro dia da semana, aparece aos discípulos.
Encontro inesperado. Por temor, as portas estavam fechadas e, de repente, eles
ouvem uma voz conhecida e muito amada: “A paz esteja convosco! ” Jesus põe-se
no meio deles, mostrando-lhes as chagas de suas mãos e do seu lado. Era o
Mestre e eles podiam tocá-lo, dissipando o temor e a dúvida de que não fosse
realmente Ele. Os Apóstolos então exultaram com a sua presença, pois para eles
começava um tempo novo, em que deveriam anunciar a vitória sobre as trevas do
pecado e do mal. Realizam-se as promessas, e a esperança, aninhada em seus
corações, não foi frustrada, ela se abre ao dom da vida nova. Delineia-se um
itinerário de fé, pois chegou o momento de eles se colocarem a serviço de seus
semelhantes. O sopro dessa nova vida toca todos os que nele creem e esperam a
partir de sua morte e ressurreição.
É o mistério
pascal, em que o ressuscitado age através deles, após conceder-lhes o Espírito:
“Recebei o Espírito Santo”. Uma certeza lhes é dada: o amor é mais forte que a
morte e a prática do bem é a força que impulsiona a história humana. Não há
mais espaço para uma vida tacanha e egoísta, sem ideal. As palavras do Mestre
os consolam e lhes conferem responsabilidade: “Aqueles a quem perdoardes os
pecados lhes serão perdoados; aqueles aos quais não perdoardes lhes serão retidos”.
Realizam-se as promessas anunciadas por Jesus: “Tende coragem, eu venci o mundo”.
Mas dali em diante, os Apóstolos teriam uma missão
para realizar: levar o perdão e a paz a todos os corações, prolongando a missão
de Cristo, que veio para tirar o pecado do mundo. À salvação eterna está
definitivamente ligada a história humana. Inicia-se o tempo da Igreja e o
Mestre estaria ao alcance daqueles que fossem ao seu encontro com confiança. O Evangelista S. João é o único que não fala
apenas de “mãos e pés” transpassados, mas de “mão e lado aberto”, do qual jorra
água e sangue, alusão à fonte da vida, que é o Espírito Santo, que Ele soprou
sobre eles. Com S. Irineu, pode-se dizer “onde está a Igreja, está o Espírito,
onde está o Espírito, está a Igreja”. Assim, o Ressuscitado é presença radiosa
e fonte da ação do Espírito divino, que Ele comunica aos homens para torná-los
participantes da natureza divina, transmitindo-lhes o fogo do amor de Deus, que
“faz resplandecer misteriosamente em suas almas a natureza una da Trindade”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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