Reflexão do Evangelho de Jo 6, 51-58 - Festa de Corpus Christi - Quinta-feira – 19 de Junho
Reflexão do Evangelho de Jo
6, 51-58 - Festa de Corpus Christi
Quinta-feira – 19 de junho
Na
festa de Corpus Christi, do Corpo de Cristo, rendemos ação de graças a Jesus
pela Quinta-feira santa. Na última Ceia, ele deixa aos seus discípulos o mais valioso
presente, a Eucaristia. Nela reconhecemos sua presença real e verdadeira e o
adoramos como o Salvador de todo o gênero humano. Ele é o verdadeiro Cordeiro,
que realiza a Redenção da humanidade. Diz o Senhor: ”Em verdade, em verdade,
vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu
sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois minha carne é
verdadeiramente uma comida e o meu sangue é verdadeiramente uma bebida. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, eu nele. Assim como o
Pai, que vive, enviou-me e eu vivo pelo Pai, também aquele que de mim se
alimenta viverá por mim”.
A Eucaristia,
presença real de Jesus, mistério de fé, remete-nos ao mistério de sua Encarnação,
obra do Espírito Santo, no seio puríssimo da Virgem Maria. Sua presença na
Eucaristia é também obra do Espírito Santo. No momento solene da consagração, o
celebrante impõe as mãos sobre o pão e o vinho e, na pessoa de Cristo, invoca o
Espírito Santo. Dá-se o milagre da transubstanciação: o pão e o vinho se
transformam no Corpo e no Sangue de Jesus. O mistério da encarnação se perpetua
e o Senhor permanece no meio de nós, segundo sua promessa, até o fim dos
tempos.
S.
Justino mártir afirma que, após a consagração, “não é pão ou vinho comum o que
recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso Salvador, se fez
homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação,
também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de
graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa
carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou”. Eis
o mistério da fé! Proclamam os cristãos, logo após a consagração.
O
discípulo participa da bondade misericordiosa de Jesus. Porém, caso feche-se ao
Espírito Santo, ele jamais reconhecerá sua presença eucarística, pois é graças
à ação divina do Espírito que se professa a presença única e extraordinária de
Jesus no pão e no vinho consagrados. Como também na Palavra proclamada, no
irmão que tem sede, que está nu ou é excluído da sociedade. Quem crê na
presença eucarística, tão ardentemente desejada por Jesus, vai vivê-la intensamente
na comunhão fraterna.
A
Eucaristia constrói a Igreja, sinal da unidade de Deus, e permite-nos viver a comunhão
com os irmãos. A caminho do martírio, lembra S. Inácio de Antioquia: “Vós
estais todos unidos, rompendo o mesmo pão que é remédio de imortalidade,
antídoto para não mais morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre.
Então, uma só coisa importa: ser encontrado no Cristo Jesus, para a verdadeira
vida”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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