Reflexão do Evangelho de Jo 21, 15-19 - Pedro é confirmado em sua missão - Sexta-feira 06 de Junho
Reflexão do Evangelho
de Jo 21, 15-19 - Pedro é confirmado em sua missão
Sexta-feira 06 de Junho
Após
passarem a noite tentando pescar, os filhos de Zabedeu, Pedro, Tomás e
Natanael, no raiar do sol, avistaram na bruma da manhã, um homem à praia que
lhes gritou: “Jovens, tendes algo para comer? ” Pergunta que normalmente faziam
aos pescadores, tão logo eles se aproximavam da margem. Ao receber a resposta
que nada tinham conseguido, disse-lhes: “Lançai a rede à direita do barco e
achareis”. Atendendo ao seu conselho, lançaram a rede e logo ela estava repleta
de peixes, tantos que eles “não tinham mais força para puxá-la”.
A névoa começa a
dissipar-se. João então vislumbra a face do estranho e, voltando-se para Pedro,
sussurra: “É o Senhor”. Ouvindo isso, Pedro se atira ao mar e vai ao encontro
de Jesus, que os esperava na praia, ao lado de algumas brasas acesas, “tendo
por cima peixe e pão”, aos quais eles juntaram mais alguns peixes. Silenciosos
e confusos, eles se aproximam dele e, sentando-se, comeram calados.
Após
a refeição, Jesus dirige-se a Pedro e, para sua surpresa, pergunta-lhe: “Simão,
filho de João, tu me amas mais do que estes”? “Sim, Senhor”, responde-lhe
Pedro, “tu sabes que eu te amo”. Na terceira vez que o Mestre lhe pergunta,
Pedro com voz embargada pela lembrança das três vezes que tinha dito não
conhecê-lo, responde: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”. Se nas duas
primeiras vezes, Jesus lhe tinha dito: “Apascenta os meus cordeiros”, agora
diz-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas”. Pedro não se atreve a confessar que o
ama mais do que os outros, por isso, com delicadeza, Jesus mostra que o fato de
conduzir ao redil as suas ovelhas, não era um privilégio, mas um convite para seguir
o caminho trilhado por Ele: caminho do sofrimento, da perseguição e da cruz,
dizendo-lhe:
- “Em verdade, te
digo: quando tu eras jovem, tu te cingias e andavas por onde querias; quando
fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te conduzirá aonde não
queres”.
Se nas duas primeiras
vezes, ao fazer a pergunta a Pedro, Jesus empregou o verbo “agapein” (amar) para saber se ele o
amava, na terceira vez, Ele emprega o verbo “filein”, que expressa amor e também amizade, que é compreendida não
só como convivência com os outros, mas como atitude mística, nascida da comunhão
com Deus. S. Agostinho fala-nos que Jesus se refere à amizade em sua forma “a
mais alta, aquela que nasce do amor de Deus, pelo qual amamos o outro em vista
de Deus e no outro amamos o próprio Deus”. É o amor compassivo de Jesus, que eleva o
Apóstolo Pedro e o coloca em seu próprio nível, junto ao seu coração. Então,
Pedro está preparado para apascentar o rebanho do Senhor e estará pronto para
glorificá-lo pela sua morte. O próprio Jesus será a sua força.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, OFM
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