Reflexão do Evangelho de Mt 7, 21-29 - Verdadeiros discípulos - Quinta-feira 26 de Junho
Reflexão do Evangelho de Mt 7, 21-29 -
Verdadeiros discípulos
Quinta-feira 26 de Junho
De modo
solene, Jesus proclama: “Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’, entrará
no Reino dos Céus, mas sim aquele que pratica a vontade de meu Pai que está nos
céus”. A fé é condição essencial à salvação. Por isso, o divino Mestre deseja conduzir
os discípulos a uma fé autêntica, sedimentada no cumprimento da vontade do Pai
e na prática do bem.
Por conseguinte, quem diz Senhor,
Senhor, se compromete a seguir Jesus e a viver de acordo com os seus
ensinamentos. Uma vez redimido, o discípulo não permanece inativo, mas ele age e
a sua vida confere respaldo e consistência à palavra, e ele então logra trilhar
o caminho que o conduz à “glória” do Tabor. Ela não lhe é estranha, pois “por
natureza, declara Orígenes, o homem é um templo de Deus, criado para acolher em
si a glória de Deus”. Caso não houvesse essa correspondência, suas palavras seriam
uma fala sem conteúdo, vazia, e, pior ainda, não se comprometendo, ele estaria
impedindo que a Palavra de Deus, realmente, se efetivasse em sua vida. Embora eficaz
nela mesma, a Palavra de Deus supõe sempre a colaboração do homem. Aliás, Deus sempre
respeita a vontade humana, de tal modo que Ele permanece, ousamos dizer, à
espera de sua decisão, do seu ato livre.
Ao falar dos servos de Deus, S. Jerônimo apresenta-lhes
como “virtudes necessárias: a vida honesta e a integridade da fé”, para não
existir neles contradição entre o dizer e o fazer. S. Bento observa que “com
tais palavras, o Senhor espera que, dia após dia, nós respondamos com nossos
atos às suas santas lições” e S. Cirilo de Alexandria conclui: “Deus conhece os
que o amam e ama os que, com todo o coração, crêem nele e fazem o que lhe é
agradável”.
Após salientar
esses importantes aspectos da vida e da espiritualidade cristãs, Jesus fala de
construirmos nossa casa espiritual não sobre a areia, mas sim sobre a rocha. Segundo
o modo como a construímos, nós somos ou não capazes de sobreviver às
tempestades, que advirão no decorrer da vida.
O fato de o Mestre subentender que a
casa ainda está em fase de construção, traz-nos consolo e tranquilidade, pois os
preceitos do Sermão da Montanha, descritos pelo Senhor, soavam como se eles devessem
ser cumpridos imediatamente e de uma só vez. Agora, o Senhor abre os horizontes de nossa
mente e nos leva a compreender que temos a vida toda para trilhar a via
estreita e, assim, construir nossa morada espiritual, pedra por pedra. No
entanto, requer-se decisão firme e resoluta.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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