Reflexão do Evangelho de Mt 5, 33-37 – Não perjurarás - Sábado – 14 de Junho
Reflexão do Evangelho de Mt 5, 33-37 – Não perjurarás
Sábado – 14 de Junho
Mais uma vez, Jesus propõe um segundo grupo
de exemplos sobre a verdadeira justiça. Sua advertência tem por objetivo evitar
dois modos de não corresponder ao juramento: o perjúrio, mentira redobrada,
pois este consiste em tomar Deus como testemunha de algo que é falso; e a
promessa ou o voto não cumprido. Quem comete um perjúrio está colocando Deus a
serviço de uma mentira, pior ainda, tornando testemunha de uma mentira Aquele
que é santo e verdadeiro. Certa feita, Jesus exorta os discípulos a serem
sinceros e retos, de modo que o seu simples “sim” e “não” seja acatado como
fidedigno diante de Deus e dos homens, pois só assim eles estarão exprimindo o
que realmente pensam em seu coração. O uso desrespeitoso do nome de Deus
implica uma usurpação do que pertence a Deus.
Os fariseus reconhecem que o nome de Deus é
santo, jamais podendo ser pronunciado para prestar um juramento. Esquecem-se,
no entanto, que também é uma falta de respeito a Deus utilizar circunlóquios
para nomeá-lo. Por isso, diz Jesus: “Não jureis de maneira alguma; nem pelo
céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o escabelo de seus pés, nem
por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei”. Não pertence ao homem fazer Deus intervir para
garantir a sua palavra, pois o homem não tem nem mesmo “o poder de tornar um só
cabelo branco ou preto” (v.36). Impõe-se, portanto, que a sua palavra e o seu
agir correspondam à realidade e traduzam, com fidelidade, o que está presente
em seu coração.
Os ensinamentos de Jesus são ouvidos pelo discípulo
não como proibição de proferir um juramento, mas sim como um apelo para que a sua
palavra brote de um coração reto e verdadeiro, porque, como escreve S. Hilário
de Poitiers, “os que vivem na simplicidade da fé não têm necessidade do vínculo
do juramento”. A palavra do discípulo será sólida não só pelo seu valor moral,
mas por refletir a força e a verdade, próprias do Senhor.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
Comentários
Postar um comentário