Reflexão do Evangelho de Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores - Sábado - 28 de Junho
Reflexão do Evangelho de Lc 2, 41-51 – Jesus entre os doutores
Sábado - 28 de junho
Cada ano, José
ia a Jerusalém para a festa da Páscoa. Embora as mulheres não fossem obrigadas
a ir, Maria, mulher de oração, amava estar no Templo para orar e participar das
celebrações. “Quando o menino completou doze anos”, a maioridade segundo a Lei,
Maria o levou consigo. A Praça do Templo regurgitava de peregrinos, que
entoavam salmos e, alegres, louvavam ao Senhor.
Terminados os festejos, José e Maria
uniram-se à caravana que retornava a Nazaré. Após um dia de caminhada, ao
darem-se conta de que o Menino não estava entre os parentes e amigos, imediatamente,
“voltaram a Jerusalém à sua procura”. O coração deles pulsava forte, seus olhos
corriam de um lado para outro, com dificuldade atravessavam a cidade ainda
repleta de gente. O Menino, onde estaria Ele? Dirigem-se então ao Templo, lá os
doutores e escribas costumavam prolongar-se em instruções e debates sobre a
interpretação da Lei. Surpresos, viram-no entre os sábios das Escrituras,
ouvindo o que falavam e fazendo perguntas, que os deixavam admirados pela sua
inteligência e pelo conhecimento que demonstrava ter.
Foram dias de apreensão e de inquietude.
S. Ambrósio observa: “Depois de três dias, Ele é encontrado no Templo, como se
houvesse esquecido a sua família segundo a carne, cheio de sabedoria e da graça
de Deus, revestido de esplendor divino, como em sua Ressurreição”. O fato de
eles terem procurado e encontrado o Menino tem um profundo significado
espiritual, presente ao longo do Evangelho: nosso caminhar interior para Deus,
do pecado para a graça divina, do erro e da mentira para a verdade, do egoísmo
e da ganância para uma vida de doação e de generosa partilha.
“Meu filho! ”
– exclamou Maria. “Por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu,
aflitos, te procurávamos”. – “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo
estar na casa de meu Pai? ” – respondeu Jesus.
Suas palavras
deixaram seus pais confusos, pois elas insinuavam ser o Templo a casa de seu
Pai e, no dizer de S. Beda, “continham a declaração de serem sua glória e seu
poder coeternos aos de Deus Pai”. Entrementes, Maria, “sua mãe, guardava tudo
isso em seu coração” e ia traçando, com imagens cada vez mais ricas, o quadro
da vida do seu Filho. Aos poucos, levanta-se o véu do infinito amor de Deus e
de seu Filho, envolvendo-a em sua ternura infinita. Sua resposta será sempre
pronta, e assim estará Maria, a cada instante, concretizando o “fiat” dado no
momento da Anunciação. Também nós, no encontro com Jesus, fazemos de nosso
coração um Tabernáculo, onde suas palavras são guardadas e meditadas.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, OFM
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