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Mostrando postagens de setembro, 2014

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 57-62 - Exigências da vocação apostólica - Quarta-feira 01 de Outubro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 57-62 - Exigências da vocação apostólica Quarta-feira 01 de Outubro        Fascinados, muitos ouviam Jesus falar do triunfo de Deus sobre o reino das trevas, do pecado e do mal. Inclusive, os fariseus e os escribas, que com grande respeito o chamavam de Rabi , Mestre. Criou-se assim ao seu redor um clima de alegria e de amor. Impressionava-os seu modo compassivo e misericordioso para com os fracos e pecadores, e o rigor exigido dos discípulos e seguidores. A estes, Ele lançava um forte apelo para livrá-los do comodismo e levá-los a acolher o poder misericordioso de Deus. Mas com os hipócritas e vendilhões do Templo, Ele era duro e, por vezes, até irônico: “Coam um mosquito e engolem um camelo”. Porém, a simplicidade e a serenidade não o abandonavam o que permite Goethe dizer: “Todos os quatro Evangelhos transmitem um reflexo daquela grandeza espiritual, cuja fonte foi a própria pessoa do Cristo, ápice espiritual mais divino do que qualquer outra co

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos - Terça-feira 30 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 51-56 - Jesus não é acolhido pelos samaritanos Terça-feira – 30 de setembro        A caminho de Jerusalém, Jesus envia mensageiros, à sua frente, com o objetivo prático de preparar os samaritanos para a sua visita. Eles recebem a mesma missão do precursor João Batista: preparar o caminho do Senhor. Vindo da Galileia, Jesus dirige-se à Cidade Santa, onde pretende oferecer a própria vida em sacrifício para a salvação da humanidade. Mas o anúncio prévio de sua chegada de nada adiantou. Jesus e seus discípulos não são bem recebidos pelos samaritanos.           Indignados, os Apóstolos Tiago e João perguntam a Jesus: Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?” Ditas pelos Apóstolos, tais palavras causam estranheza. Ficamos surpreendidos ao vê-los sugerindo a destruição de uma pequena aldeia. Embora judeus e samaritanos estivessem divididos por séculos de história, Jesus decide passar por esse território, que ficava entre a Galile

Reflexão do Evangelho de Jo 1, 47-51 - Encontro com Natanael - Segunda-feira 29 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Jo 1, 47-51 - Encontro com Natanael Segunda-feira 29 de Setembro  Natanael é considerado por Jesus como um verdadeiro israelita, um homem “sem duplicidade”, em quem “não há artifícios”. Ele não é uma pessoa entregue ao fingimento e à mentira.  Ao expressar a pureza de coração e o dom sem reserva de Natanael, Jesus nos recorda o mandamento de “amar a Deus, sem reserva, de todo o coração”. O contrário seria ter um “coração duplo” ou não ser alguém inteiramente de Deus, porque alimentar a duplicidade em seu agir implica estar em desobediência a Deus.  A saudação a Natanael reflete o conhecimento profético de Jesus: “Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento”. Surpreso, Natanael pergunta: “De onde me conheces?” Buscando tranquilizá-lo, Jesus lhe diz: “Antes que Felipe te chamasse, quando estavas sob a figueira, eu te vi”. Pasmo, Natanael se prostra, exclamando: “Rabi, tu és o Filho de Deus, és o Rei de Israel”. Jesus podia estar se referindo

Reflexão do Evangelho de Mt 21, 28-32 - Parábola dos dois filhos - Domingo 28 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Mt 21, 28-32 - Parábola dos dois filhos Domingo 28 de Setembro               O contraste entre os dois filhos de um agricultor mostra que não é o nascimento ou a riqueza que separa e distingue os homens, mas sim o fato de ter ou não um coração reto, justo e bondoso. O pai pede aos dois para irem trabalhar no campo. Um deles se dispõe a ir imediatamente, mas não vai, o outro contesta com uma categórica recusa, mas termina indo. A parábola ressalta que a obediência ao pai só se manifesta pelos fatos, não simplesmente pelas palavras. Já afirmava o profeta Ezequiel que tanto o justo, quanto o pecador, não é julgado em seu ponto de partida, só no final, por suas obras.         De modo singelo e direto, Jesus ilustra o caminho para o Reino do céu. Por isso, volta-se para os ouvintes e pergunta-lhes: “Qual dos dois realizou a vontade do pai?” Sem titubear, eles respondem: Aquele que se arrependeu e foi trabalhar no campo. A conclusão do Mestre é surpreendente

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 43-45 - Segundo anúncio da paixão - Sábado 27 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 43-45 - Segundo anúncio da paixão Sábado 27 de Setembro        O primeiro anúncio da Paixão deu-se após a confissão de Pedro em Cesareia. Na ocasião, Jesus confere a Pedro uma função de primeiro plano em sua Igreja: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Naquele momento, Pedro não tinha ainda compreendido a missão do Mestre em toda a sua extensão. Presos à imagem do Messias terreno, que iria restaurar o reino de Israel, os Apóstolos sentiam dificuldades em acolher o anúncio do seu sofrimento e de sua morte dolorosa. Desta vez, porém, eles já têm conhecimento dos ensinamentos de Jesus e da sua rejeição a todo poder terreno.    Com efeito, o segundo anúncio deu-se após a Transfiguração de Jesus no monte Tabor, momento de glória e de intimidade com o Pai. “Lá diante deles, escreve S. Cirilo de Alexandria, Jesus se transfigurou, seu rosto resplandeceu como o sol. Mostrando-lhes a glória com a qual, no tempo devido, ele ressuscita

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro - Sexta-feira 26 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro Sexta-feira 26 de Setembro          Antes de introduzir os Apóstolos no mistério da sua missão, Jesus retirou-se para um lugar deserto e rezou a noite toda. Seu objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus. De manhã, reuniu os Apóstolos e, desejando associá-los à sua missão, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A opinião popular identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é dada por Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”. Momento solene e revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração, transportados à comunhão com o Pai, os Apóstolos têm seus olhos interiores ilu

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 7-9 - Herodes e Jesus - Quinta-feira 25 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 7-9 - Herodes e Jesus Quinta-feira 25 de Setembro         Perplexo e temeroso, Herodes ouvia falar de Jesus e de sua pregação em toda a Galileia. Apreensivo, perguntava quem era Ele. Alarmou-se quando alguém lhe diz que era João Batista, a quem tinha mandado decapitar, que tinha ressuscitado e era aclamado pelas multidões. Outros diziam ser Elias, o qual, segundo se dizia, não tinha morrido, mas somente tinha sido arrebatado aos céus e cuja volta era esperada. Ora, soavam ainda aos seus ouvidos as denúncias de João Batista e suas interpelações proféticas, convocando-o ao arrependimento e à penitência. As palavras de Jesus, exortando a se colocar no horizonte ético-jurídico da Aliança de Deus, não lhe eram desconhecidas. Sua consciência de culpa, novamente ela, passava a incomodá-lo fortemente, como castigo antecipado.   Herodes sente-se inquieto. Caso fosse João Batista ressuscitado, este “poderia, diz Teodoro de Heracleia, usar contra ele, de mo

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 1-6 - A missão dos Doze - Quarta-feira 24 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 9, 1-6 - A missão dos Doze Quarta-feira 24 de Setembro                   Um dia, Jesus participava de uma festa de casamento e, alertado por sua mãe, percebe o constrangimento do dono da casa, pois acabara o vinho. E para que o organizador da festa não se envergonhasse e os convivas não se entristecessem, Ele manifesta, pela primeira vez, o seu poder. O fato impressiona seus discípulos, que tinham deixado as redes sem hesitar para segui-lo. Mais tarde, Jesus escolhe dentre eles doze Apóstolos e os “envia a proclamar o Reino de Deus e a curar”. Com ênfase, recomenda-lhes que nada levem consigo, pois Ele os quer livres de todo apego aos bens materiais e de toda preocupação em obter posses terrenas. A partir daquele dia, eles viverão desapegados de tudo, sem preocupações como os pássaros do céu. No entanto, nas areias áridas do desprendimento e da renúncia, suspirando por um refrigério, eles vislumbram no horizonte, num oásis de paz, o vulto do Senhor,

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 19-21- Os verdadeiros parentes de Jesus - Terça-feira 23 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 19-21- Os verdadeiros parentes de Jesus Terça-feira 23 de Setembro        O amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis. Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e eles não conseguem chegar até Ele. Os discípulos notam a presença deles e avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, Ele aproveita a ocasião para conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai celestial. Por isso, elevando a voz, dirige-se a todos e fala-lhes da filiação divina. Filiação espiritual, que é pertença à família de Deus, da qual se participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, situando-se na ordem da fé, ela revela serena confiança em seu Filho ao dizer aos serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e a nobreza da mãe na divindade do nascido

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 16-18 - Como receber e transmitir a mensagem de Jesus - Segunda-feira 22 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 16-18 - Como receber e transmitir a mensagem de Jesus Segunda-feira 22 de Setembro        O pecado é “o sonho da alma”, a vida espiritual é o crescimento na graça e na luz divina. Nesse sentido, para transmitir a mensagem do Reino de Deus, Jesus emprega a imagem da luz ou da lâmpada, imagem bastante familiar ao precursor João Batista, e também a Ele, que permanece oculto sob a humildade de sua “carne” e de sua Palavra. Para os judeus, a luz exprime a beleza interior do homem e é reflexo da glória de Deus, manifestação de sua bondade e verdade. O salmo (104,2) a descreve como a vestimenta em que Deus se envolve e “a sua Palavra é a lâmpada que guia os nossos passos”. Em sua benevolência, Jesus ilumina as trevas de nossa vida, com sua luz sem ocaso, sem mudança, jamais eclipsada. Ele é Luz que brilha nos corações dos que creem em sua Palavra, permitindo-lhes contemplar a realidade divina do Reino de Deus. Com São Sofrônio, dizemos: “Em nossas mãos,

Reflexão do Evangelho de Mt 20, 1-16 - Parábola dos trabalhadores da vinha - Domingo 21 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Mt 20, 1-16 - Parábola dos trabalhadores da vinha Domingo 21 de Setembro                    Logo no início da parábola dos trabalhadores da vinha, Jesus compara o Reino dos Céus com o vinhateiro, que paga seus trabalhadores com generosidade. A vinha de Deus é Israel, povo por Ele escolhido, multiplicado, transferido para a Terra Prometida e por Ele protegido. O vinhateiro sai em diferentes horas do dia para contratar operários, o que simboliza a história da humanidade em seus múltiplos períodos. Ao fim da jornada de trabalho, a atitude do vinhateiro é a tradução da misericórdia de Deus, como comenta São Cirilo de Alexandria: “É dada a mesma importância em pagamento pelo trabalho realizado”. Não importa o tempo empregado. A paga ou a recompensa é “a graça do Espírito Santo”. Em seu amor, Jesus nos introduz, de modo simples e penetrante, na extraordinária generosidade e compaixão de Deus por todas as pessoas, de todos os tempos.        Pela leitura d

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 4-15 - Parábola do semeador - Sábado 20 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 8, 4-15 - Parábola do semeador Sábado 20 de Setembro         Na introdução à parábola do semeador, o evangelista fala-nos que Jesus “saindo de casa, sentou-se junto ao mar”. Sugere a ideia de que, tendo sido enviado pelo Pai, Jesus saiu de junto de Deus para vir ao mundo e semear a boa semente da misericórdia e do amor. No entanto, lançada em terra, de acordo com a qualidade de cada terreno, a semente não encontrará o mesmo destino.              Enquanto semeava, “uma parte cai à beira do caminho”, terreno “pisado pelos pés de todos”. “Grão pronto a ser levado pelos pássaros, que são os espíritos imundos”, segundo S. Cirilo de Jerusalém. Outra parte, “cai em lugares pedregosos”, onde há pouca terra, “a fé é superficial, evanescente. Logo sucumbe à tribulação ou à perseguição, por causa da Palavra”. Por não terem raízes, elas secaram. Há as que caíram entre os espinhos, que representam, segundo S. Jerônimo, “os corações dos que se tornam escravos