Reflexão do Evangelho de Lc 6, 12-19 - Escolha dos Apóstolos - Terça-feira 09 de Setembro
Reflexão do
Evangelho de Lc 6, 12-19 - Escolha dos Apóstolos
Terça-feira 09 de
Setembro
Logo no início de sua vida pública, Jesus escolhe doze apóstolos entre
os seus discípulos. Eles serão a base da Igreja por Ele instituída. São Lucas
descreve nestes versículos a escolha desses homens antes de o Senhor proferir o
Sermão da Montanha, carta magna da vida cristã. Naquela importante ocasião,
Jesus, como nos momentos mais significativos da sua vida, retira-se para orar.
Escreve Santo Ambrósio: “Ele não pede ao Pai por Ele, mas Ele julga oportuno
suplicar ao Pai por nós como nosso advogado”.
Dentre os discípulos, Ele escolhe Doze,
aos quais dá o nome de Apóstolos, depositando neles toda a sua confiança.
“Apóstolo”, palavra grega, cujo significado é “enviado”, tem o sentido de
missionário e também de delegado ou representante. “Quem vos escuta, a mim
escuta”, diz o Mestre. E é como representante do Pai, enviado de Deus e
primeiro “Apóstolo”, que Jesus se apresenta aos homens. Os Doze serão
designados à sua imagem: “Ó Pai, como me enviaste ao mundo, eu também os enviei
ao mundo”. Sobre a missão dada a eles por Jesus, escreve Santo Ambrósio: “Eles
são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da salvação dos
homens. Presta também atenção ao desígnio divino: Ele não escolheu para o
apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos, pois não
devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua sabedoria, nem
que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à graça divina
por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o argumento intrínseco
da verdade, não a atração do discurso”.
Jesus os chama para que “estejam com Ele
e para enviá-los em missão”. Eles devem estar com Ele, para conhecê-lo como o
Filho amado do Pai celestial e serem testemunhas de sua vida e ensinamentos. Ao
mesmo tempo, como São João Damasceno ensina, Jesus os escolhe para que,
“através deles, nós que somos homens miseráveis e terrenos possamos chegar aos
bens celestes”. Eles são enviados para levar a sua mensagem, em primeiro lugar
às ovelhas perdidas de Israel, e depois “até os confins da terra”.
Eles passam, a Igreja continua. E do mesmo modo, a missão deles se
estende no tempo, mediante seus sucessores. Mais tarde, os Atos dos Apóstolos
falam de Paulo e Barnabé, vindos posteriormente, e que recebem o mesmo título
de apóstolos. Forma-se o colégio apostólico, depois perpetuado no colégio
episcopal, do qual os bispos estarão investidos como sucessores dos Apóstolos.
Não se pode esquecer o caráter de delegado, testemunha da Tradição, exercido
pelo Bispo como “sinal de unidade na caridade”, na definição de Santo Inácio de
Antioquia.
Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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