Reflexão do Evangelho de Lc 4, 31-37 - Jesus em Cafarnaum - Terça-feira 02 de Setembro

Reflexão do Evangelho de Lc 4, 31-37 - Jesus em Cafarnaum
Terça-feira 02 de Setembro

Em sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos entram na cidade de Cafarnaum. “Caphar” significa campo, “naum” consolação ou formoso. Nesse campo de consolação, seus ouvintes ficavam “extasiados com a sua pregação” e admirados com a autoridade com que falava. No dizer de S. Jerônimo, “Ele ensinava como Senhor, não se apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”. Era o Mestre qualificado que decidia questões importantes da vida, exortando-os: “Não julgueis para não serdes julgados”. E não só. Referia-se também à força que os devia transformar: “Se amais só aqueles que vos amam, que mérito tereis com isso?”  Assim, de modo simples e direto, Ele os conduzia ao vértice espiritual da mensagem bíblica, causando impacto e incutindo respeito a todos.
       Contudo, a maior surpresa provocada por Ele era causada pelo seu modo livre de falar e de interpretar a Lei e os profetas. Não se baseava nas opiniões dos rabinos, nem mesmo nas orientações de Moisés ou de algum dos profetas. Anunciava a Palavra com autoridade (ecsousia), como um legislador divino. Sem se prender à ambição do querer ou ao desejo de glórias, Ele apontava para um novo sentido de vida: servir na generosidade de um coração despretensioso.
Ele não é um simples intérprete. É a própria Palavra de Deus presente no mundo, desvelando a verdade da vida, a fim de que os homens possam, pela sua encarnação (sárkwsis), alcançar a santificação ou, em termos dos primeiros séculos, a deificação (théwsis). Todos esperavam um Messias poderoso, mas veio um carpinteiro de Nazaré, que revela o que nenhum profeta tinha anunciado: o rosto humano de um Deus misericordioso. Afastam-se então dos seus corações o temor e a angústia, e eles passam a viver, na alegria e na paz, a certeza de que “o Reino de Deus está em nós” (Lc 17,21). Suas Palavras forjam os verdadeiros peregrinos dos tempos últimos.


Dom Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.

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