Reflexão do Evangelho de Lc 7, 36-50 - A pecadora perdoada - Quinta-feira 18 de Setembro
Reflexão do
Evangelho de Lc 7, 36-50 - A pecadora perdoada
Quinta-feira 18 de
Setembro
Diante
de Jesus, ninguém permanece indiferente, rejeita-o ou é atraído por Ele. Compreensivo
e bondoso para com todos, por vezes, suas palavras são duras. Certa feita, Ele
foi à casa de um fariseu e “reclinou-se à mesa” para comer com ele. Ele não
rejeita o convite, diz S. Gregório de Nissa, “embora seu anfitrião não seja um
dos seus discípulos, aliás, ele não crê nele. Por que então S. Lucas transmite-nos
esta cena? Talvez para dar-nos um exemplo da conduta de Jesus. De fato,
deparamo-nos com muitas pessoas que, fechadas sobre si mesmas, julgam-se justas
e tratam as demais pessoas com desprezo por tê-las como pecadoras. Sem esperar
o dia do julgamento, separam os cabritos dos cordeiros, pois pensam ver as
portas do céu abrirem-se, exclusivamente, para elas, pois não querem partilhar com
as demais o lugar nem a mesa”.
Trazendo
nas mãos um vaso de alabastro com um precioso perfume, aproxima-se de Jesus uma
mulher tida como pecadora. Chorando, ela lavava os pés do Mestre com suas
lágrimas e os enxugava com os seus cabelos.
“Porque Maria viu claramente as manchas de sua vergonha, diz S. Gregório
Magno, correu para lavá-las na fonte da Misericórdia, e não teve vergonha
diante dos convivas. No seu interior, a vergonha era tão grande, que ela não
temia mais nada proveniente do exterior. Mas, o que mais admiramos? Maria que
se aproxima ou o Senhor que a recebe? Mais exato seria perguntar: é Ele quem a
recebe ou é Ele quem a atrai? Ele a atrai e a recebe, pois a atrai no interior
de sua misericórdia e a recebe com bondade”. A cena desagradou o dono da casa
que dizia, em seu coração: “Se este homem fosse profeta, saberia bem quem é a
mulher que o toca, porque é uma pecadora!” Mas Jesus lê os seus pensamentos.
- “Simão, tenho uma
coisa a dizer-te”.
- “Fala, Mestre!”.
- “Um credor tinha
dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas; outro, cinquenta. Como não
tivessem com que pagar, perdoou a dívida de ambos. Na tua opinião, qual dos dois
o amará mais?”
- “Suponho que
aquele ao qual mais perdoou”.
- “Julgaste bem,
disse-lhe Jesus”. E explicou-lhe a parábola, mostrando a diferença entre ele,
Simão, e aquela mulher. Simão que se julgava justo e irrepreensível, diante de
Deus, não lhe tinha prestado o respeito devido, derramando água em seus pés e
óleo na cabeça, conforme costume judaico. A atitude da mulher era totalmente
diferente: ela reconhecia a sua culpa e recorria a quem podia perdoá-la e
conceder-lhe vida nova. Então, voltando-se para ela, diz-lhe: “Teus pecados
estão perdoados”. E aos convivas, Ele declara que os numerosos pecados daquela
mulher tinham sido perdoados, “porque ela demonstrou muito amor”.
Presentes
na ceia e presos às aparências e ao passado da mulher, os fariseus a rotulavam
e a desprezavam. A atitude do Mestre é bem outra. Aquele que sonda “os rins e
os corações” e lê o que se encontra no coração da mulher, prostrada aos seus
pés, expressa misericórdia e bondade. Perturbados, os doutores da Lei se
interrogam: Quem pode perdoar os pecados, além de Deus? E ainda mais admirados o
ouvem dizer: “Tua fé te salvou; vai em paz”.
Dom Fernando Antônio Figueiredo,
o.f.m.
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