Reflexão do Evangelho de Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro - Sexta-feira 26 de Setembro
Reflexão do
Evangelho de Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro
Sexta-feira 26 de Setembro
Antes de introduzir
os Apóstolos no mistério da sua missão, Jesus retirou-se para um lugar deserto
e rezou a noite toda. Seu objetivo era formar e constituir o novo povo de Deus.
De manhã, reuniu os Apóstolos e, desejando associá-los à sua missão,
perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” A opinião popular
identificava-o com um dos profetas do passado. “Disseram-lhe: uns afirmam que
és João Batista, outros que és Elias, outros, ainda, que és Jeremias ou um dos
profetas”. Voltando-se para os Apóstolos, Jesus pergunta: “E vós quem dizeis
que eu sou?” Eles pressentem, diz S. Hilário, que, “para além do que se via
nele, havia algo mais”. A resposta decisiva e imediata, em nome de todos, é
dada por Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”.
Momento solene e
revelador. Arrebatados ao âmago da vida de oração, transportados à comunhão com
o Pai, os Apóstolos têm seus olhos interiores iluminados e reconhecem nas
palavras de Jesus uma aquiescência implícita à sua missão de Servo Sofredor. Chamando-o
de “o Cristo de Deus”, Pedro professa ser Ele o Messias, não por considerá-lo um
rei terreno e político, mas sim o Salvador esperado e desejado por todos os
homens, cuja missão vai além dos horizontes de Israel e abraça todas as nações.
Eis a realização da esperança messiânica: a reunião de todas as gentes no único
povo de Deus. Os Apóstolos reconhecem naquele peregrino simples e
misericordioso o Filho do Deus vivo.
Assim, aos poucos
ia comunicando aos discípulos a novidade de sua presença transformadora.
Novidade absolutamente inédita em relação à revelação antiga. Ao final, aquele
que vence é o amor: amor de Jesus que reconcilia os homens com o Pai e estes
entre si. Então, toda a sua vida é iluminada pela cruz, vida doada, existência
aberta a todas as criaturas, que nele se constituem primícias de uma humanidade
regenerada. S. Atanásio exclama: “Deus se fez homem para que o homem se
tornasse Deus”. A humanidade assumida por Jesus não é apenas semelhante a
nossa, ela é de fato a mesma que está em nós. Por isso, ao retornar aos céus,
Ele não permanecerá só, pois também nós estaremos com Ele junto do Pai. Nesse
sentido, o seu retorno para o Pai é lugar de cumprimento da sua missão: presença
do povo messiânico no coração do Pai.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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