Reflexão do Evangelho de Lc 8, 19-21- Os verdadeiros parentes de Jesus - Terça-feira 23 de Setembro
Reflexão do
Evangelho de Lc 8, 19-21- Os verdadeiros parentes de Jesus
Terça-feira 23 de Setembro
O
amor e o respeito de Jesus para com sua mãe e parentes são inquestionáveis.
Maria e seus irmãos desejam vê-lo, mas a multidão que o rodeava era grande e
eles não conseguem chegar até Ele. Os discípulos notam a presença deles e
avisam Jesus. Sem desprezar seus parentes, Ele aproveita a ocasião para
conduzir seus ouvintes ao essencial da sua missão: seu relacionamento com o Pai
celestial. Por isso, elevando a voz, dirige-se a todos e fala-lhes da filiação
divina. Filiação espiritual, que é pertença à família de Deus, da qual se
participa pela fé. Maria não a desconhece. Já no milagre das bodas de Caná, situando-se
na ordem da fé, ela revela serena confiança em seu Filho ao dizer aos
serventes: “Façam tudo o que Ele mandar”. S. Agostinho, meditando sobre essa
passagem, exclama: “A nobreza do nascido se manifestou na virgindade da mãe, e
a nobreza da mãe na divindade do nascido”.
Jesus reconhece como seus parentes os que são obedientes à Palavra,
portanto, autênticos filhos do Pai que está nos céus. Por isso, com uma
intenção bem precisa, Ele pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”
Escreve Teodoro de Mopsuéstia: “Ele os interroga não para afastar a mãe e os
irmãos, mas para reafirmar que prefere a afinidade espiritual a todo parentesco
corpóreo”. As palavras do Mestre, dirigidas a todos os discípulos, visam
convocá-los a fazer parte da Aliança, tornando-os membros de uma nova família,
a família dos “santos”, aqui na terra e no céu.
Se a grandeza de
Maria repousa sobre o fato de ela ser a Mãe do Filho de Deus, muito mais sobre
o fato de ela ser mulher de fé. Ela é toda acolhida da Palavra de Deus, que,
por obra do Espírito Santo, nela se encarnou. Eis a sua glória! Nesse sentido,
observa S. Agostinho: “Santa Maria fez a vontade do Pai e a fez inteiramente;
por isso vale mais para Maria ter sido discípula de Jesus do que sua Mãe. Feliz
era Maria, porque antes de gerá-lo, já o trazia em seu coração”. Eis a função
de Maria no interior da missão de seu Filho Jesus: Ser modelo de fé para todos
os que seguem seu divino Filho. Também nós, na medida em que acolhemos a
Palavra de Deus e ela se efetiva em nós, tornamo-nos membros da família
espiritual, da qual Maria é a mãe.
Dom Fernando Antônio
Figueiredo, o.f.m.
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