Reflexão do Evangelho de Jo. 3, 13-17 – Exaltação da Santa Cruz - Domingo 14 de Setembro
Reflexão
do Evangelho de Jo. 3, 13-17 – Exaltação
da Santa Cruz
Domingo
14 de Setembro
A missão de Jesus é descrita pelo
Evangelho como a do “Filho do Homem”, que “desceu do céu”, de junto de Deus. A
profecia de Daniel apresenta-o como sendo “celeste”, graças à “unção” divina e
aos seus dons excepcionais. O Apóstolo S. Paulo anuncia seu amor e sua infinita
misericórdia, “mistério escondido desde toda a eternidade em Deus” e que foi
revelado a nós na plenitude dos tempos. No deserto, a caminho da Terra
Prometida, Moisés prefigura sua morte na cruz, ao mandar erguer uma serpente de
bronze, a fim de que todos os que a olhassem, embora picados pela serpente
venenosa, fossem salvos. Lá a prefiguração. No Calvário a realização. Lá a vida
humana é preservada, agora, a vida eterna é concedida aos que, com fé, dirigem seu
olhar para Jesus.
Em
Cristo, o mesmo Deus, eternamente Deus, em sua infinita misericórdia, penetra a
história dos homens e os conduz à feliz e eterna felicidade. Um antigo hino proclama:
“O Filho da Virgem é atravessado por uma lança. Glória seja dada à tua paixão,
ó Cristo, glória à tua paixão! Revela-nos a tua santa ressurreição!” Por Jesus crucificado,
o homem é introduzido no coração amoroso do Pai e ele nasce de novo, pois não
basta reconhecer Jesus, é necessário nascer do alto, mudar radicalmente sua
vida. Desde então, o amor, com o qual o próprio Jesus o ama, arde em seu
coração e consolida a certeza de que jamais ele será reduzido ao nada. Revestido
de alegria e agraciado pela regeneração provinda do alto, ele reconhece o mistério
do amor (ágape), revelado na treva mais que luminosa do silêncio da cruz.
O evangelista S. João repete o verbo
“elevar” para significar a morte de Jesus na Cruz, sinal de salvação para toda
a humanidade. O seu Reino vem do céu e ao céu conduz. S. Cirilo de Alexandria
exclama: “Todos os que contemplarem Jesus viverão. Como Filho e Herdeiro do
Pai, Jesus liberta os homens da escravidão, e a lei que condena se transforma
em graça que justifica”. Na cruz, os sinais da morte, na ressurreição, a vida divina,
que, qual suave brisa, alcança os que nele creem e lhes comunica serenidade e
felicidade no encontro com o Pai. A auréola brilhante, que circunda o Crucificado,
proclama sua exaltação e glória, desde já, participada por nós.
Dom
Fernando Antônio Figueiredo, o.f.m.
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