Lc 5, 1-11 - Vocação dos quatro primeiros discípulos - Quinta-feira 04 de Setembro
Lc 5, 1-11 - Vocação
dos quatro primeiros discípulos
Quinta-feira 04 de
Setembro
Num dia comum,
Jesus caminha e, como por acaso, encontra Pedro e seu irmão André. Ambos eram
pescadores e dirigiam uma pequena empresa pesqueira à margem do lago de Genesaré.
Vendo-os, Jesus não os saúda, nem se apresenta, simplesmente lança um apelo:
“Vinde após mim!” Em seu barco, no sussurro das águas do lago, eles o ouvem e,
deixando tudo, o seguem. Adesão irresistível a Cristo, que lhes confere uma
nova orientação de vida, a de serem “pescadores de homens”. Mais do que ouvintes
de seus ensinamentos, eles irão tomar parte ativa em seu ministério e serão,
mais tarde, após sua partida, aqueles que irão anunciar a salvação a todos os
povos e nações. O mesmo se deu, mais adiante, com os outros dois irmãos Tiago e
João, filhos de Zebedeu, que também “deixando imediatamente o barco e o pai,
seguiram-no”.
A brevíssima
narração da chamada dos primeiros discípulos destaca o fato de eles seguirem
Jesus, sem reservas e sem delongas. Pescadores, homens simples, considerados
por S. Cromácio de Aquileia “felizes, pois o Senhor não escolheu entre os
doutores da Lei, nem entre os escribas, ou entre tantos sábios do mundo, mas
entre simples e pobres pescadores, homens analfabetos e inexperientes! Ele os
chama para a missão de pregadores e para o apostolado: tiveram o privilégio de
serem os primeiros”. Sem hesitar, eles deixam tudo e seguem Jesus, que, de modo
suave e amoroso, os conduz, paulatinamente, não a um divino anônimo, mas ao rosto
divino do Filho de Deus transfigurado. De fato, no alto do monte Tabor, eles irão
contemplar a luz eterna de sua divindade e reconhecerão que Ele é o Filho do Homem
triunfante, caminho para o Reino misericordioso do Pai.
Intencionalmente, o
texto salienta que os Apóstolos não o acompanham, mas o seguem. Desta maneira,
de modo bastante subtil, o evangelista indica que eles foram convocados não
para lhe fazer companhia, mas para se integrarem totalmente à sua missão,
imitando-o em tudo, tanto no serviço aos seus semelhantes e na entrega generosa
e humilde a todos, como também na perseguição e na morte. Compreende-se, então,
que a fé cristã é uma pessoa, não uma “coisa”, nem mesmo um ideal. Sua força
advém do encontro com Cristo, que, despertando a fé, comunica a salvação, a vida
eterna, aos discípulos, aos pecadores e publicanos e também aos pagãos impuros.
Pasmos e agradecidos, reconhecemos que, desde o primeiro instante de sua
missão, Jesus manifesta o poder invencível do amor, tornando os que o seguem arautos
do Evangelho da misericórdia e da reconciliação com o Pai.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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