Reflexão do Evangelho Lc 6, 43-49 - Árvore julgada pelos frutos - Sábado13 de Setembro
Reflexão do
Evangelho Lc 6, 43-49 - Árvore julgada pelos frutos
Sábado 13 de Setembro
Os
fariseus e escribas, pouco propensos a crer em Jesus, buscavam explicações
racionais para explicar seus milagres. Acusavam-no de impostor e esforçavam-se
para convencer o povo de que era de comum acordo com o “príncipe” dos demônios,
Beelzebu, que Ele os expulsava. Eles se consideravam doutores da Lei e
desprezavam Jesus e seus discípulos, na maior parte, provenientes da Galileia. Sem
se intimidar, Jesus se dirige a eles e, por não saberem distinguir quem é falso
ou verdadeiro profeta e estarem bem longe de fazer o que dizem, acusa-os de
blasfemar contra o Altíssimo. S. Cirilo
de Alexandria observa “que quem vem a nós não deve ser honrado e exaltado pelas
vestes que traz, mas pelo que realmente é”. Por isso, Jesus convida-os a jamais
lançar a culpa sobre os outros, mas a superar o ódio e o rancor, e a viver o
perdão e o amor misericordioso.
Não bastam as
palavras ou boas e belas intenções, contam sim as ações. O perigo da hipocrisia
então é superado pela unidade entre a ação exterior e as motivações interiores,
porque “não há árvore boa, proclama Jesus, que dê maus frutos, e nem árvore má
que dê frutos bons”. A ação é boa quando nasce de um bom coração, considerado na
Bíblia como centro dos pensamentos, desejos e decisões, enquanto os maus frutos
brotam da falsidade e produzem uma religião fácil, que elimina a verdadeira penitência
e a cruz. As árvores são os homens e os frutos são suas obras. Do mesmo modo, o
“homem bom tira do seu coração o bem como de um bom tesouro” e produz frutos de
justiça, de vida e de amor, mas “o indigno e maldoso, conclui S. Cirilo, vomita
a sua secreta impureza”.
A seguir, o Mestre
compara os que vão a Ele e ouvem suas palavras e as pratica “àquele que constrói
a sua casa sobre a rocha”. Ainda que venham chuva ou os aguaceiros de inverno,
quadro bem palestinense, a casa permanece firme, pois diz Orígenes, “todas as
perseguições podem se abater sobre esta casa e nada obtém, pois ela foi
construída sobre a rocha, que é a Palavra de Jesus”. Nada a abalará. Porém,
grande será a ruína da casa dos que ouvem a Palavra e não a põem em prática. Condenação? Não. Ou antes, um apelo, uma
advertência para corrigi-los: “Por que me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não
fazeis o que eu digo?”
Entrementes, os que
o seguem exultam, os inimigos sentem-se desmascarados perante o povo e,
indignados, procuram meios para calá-lo e pôr termo a suas insinuações.
Dom Fernando
Antônio Figueiredo, o.f.m.
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