Reflexão do Evangelho de domingo 03 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de domingo 03 de janeiro
Mt 2, 1-12
– Epifania do Senhor
Numa pequena gruta nos arredores de
Belém, não muito distante de Jerusalém, reúnem-se, em uma perspectiva
“católica”, os simples e os sábios, os pobres e os ricos com sua generosidade,
o povo de Israel, representado pelos pastores, e os primeiros pagãos, os reis
magos. É a Epifania, epipháneia,
manifestação de Jesus ao mundo. Primícias da nossa vocação e da nossa fé, exórdios
do Evangelho do amor e da esperança.
Em
Jerusalém, a comoção é geral. Corre a notícia da chegada de alguns príncipes
estrangeiros, que pediam informações sobre um “rei dos judeus”, que acabara de
nascer. Ao ouvi-los, os habitantes de Jerusalém se lembraram da promessa feita
a Abraão de que seus descendentes seriam como as estrelas do céu, dos quais um
seria o futuro Messias (Nm 24,17). Em Herodes, a perplexidade do povo se
transforma numa profunda ansiedade, pois ele já havia matado dois dos seus
filhos e estava prestes a matar o primogênito, Antípater, e agora surgia uma
nova ameaça: alguém para arrebatar-lhe o poder.
Essas
preocupações eram alheias aos Magos, que apenas queriam saber onde devia nascer
o anunciado pela estrela. Herodes, após receber a resposta oficial dos
sacerdotes e escribas, envia os Magos a Belém, pátria de Davi, pedindo-lhes que
mandassem informações precisas sobre o local do seu nascimento. Mergulhado em
seus pensamentos, ele arquitetava a morte do suposto Messias, ao qual prometia
prestar o devido culto.
Desde o momento em que os Magos partiram de Jerusalém,
“eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia à frente deles até que parou
sobre o lugar onde se encontrava o menino”. S. Inácio de Antioquia exclama:
“Todos os astros, juntamente com o sol e a luz, formaram coro em torno do
astro, e ele projetou sua luz mais do que todos”. Ao verem o Menino com Maria,
sua mãe, os Magos se prostram diante dele em adoração, conforme costume
oriental, e lhe oferecem presentes. S. Leão Magno diz que “do tesouro do seu
espírito tira o ouro, aquele que reconhece o Cristo como rei de toda criatura;
oferece a mirra, aquele que crê que o Filho único de Deus assumiu nossa
natureza humana; e exprime sua reverência oferecendo o incenso, aquele que o
confessa igual ao Pai, em tudo, absolutamente”. Depois de prestarem homenagem
ao Menino, alegres e agradecidos, eles retornam à sua pátria, levando no
coração as mais belas esperanças.
Respeitando
reverentemente os testemunhos bíblicos, que falam da santa humanidade de Jesus,
nós o reconhecemos como Deus, eternamente Deus, que vem a nós para nos comunicar
a sublimidade do amor e a infinita beleza da verdade.
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