Reflexão do Evangelho de sexta-feira 29 de janeiro



Reflexão do Evangelho de sexta-feira 29 de janeiro
Mc 4, 26-34 - Parábola da semente que germina por si só


          Em todas as parábolas do Reino, Jesus destaca que a iniciativa é sempre de Deus.  Apesar de que os meios sugeridos sejam bem simples: fermento, semente, os resultados são extraordinários. A propósito, comenta S. Ambrósio: “O Reino cresce em silêncio com os bons pensamentos humanos” e, nesse mesmo sentido, S. Gregório Magno fala da semente, que semeada no coração, “permite-nos conceber bons desejos; o seu crescimento é constante: no início, quando começamos a fazer o bem, somos ainda erva, mas quando progredimos na prática do bem, crescemos e chegamos a ser espigas. Finalmente, já sólidos na prática do bem, alcançamos a perfeição e, como espigas, seremos grãos maduros”.
          Contando parábolas, Jesus sugere aos seus discípulos a forma discreta e humilde de como irá se instalar o Reino de Deus ou a sua realeza sobre o mundo. Deus já está presente entre nós, agindo e transformando nossa história. Em Jesus, a grande novidade é que o Deus vivo age agora, superando tudo quanto se deu até então, e o seu Reino não é só iminente, mas já lá está ao nosso alcance. A questão é aceitá-lo ou não, é deixar a semente produzir seus frutos ou abafá-la.
Se permanecermos presos à literalidade das palavras de Cristo, a semente nada produzirá. É preciso percorrer o caminho da Palavra para alcançar seu sentido integral, literal e espiritual. Caso o percorramos, os horizontes da alma tornam-se amplos e, na descoberta da beleza e grandeza das palavras do Mestre, uma força transformadora e renovadora age em nós. O caminho é árduo, mas sempre iluminado pela centelha inextinguível da luz divina, que nos guia e nos traz consolo e alegria.   
          O método é singelo. O que importa é a presença constante e atuante de Deus, que jamais falta, e, de nossa parte, a acolhida. Ao dizer que ela “germina e cresce, sem que nós saibamos como”, Jesus quer significar que o Reino é sempre obra de Deus, sem dispensar a necessidade de ouvirmos em nosso interior os seus ensinamentos. Não é no burburinho das paixões, mas sim no silêncio ou desprendimento interior é que somos tocados pela divina sabedoria; ela então nos cativa e nos permite saborear a verdade. No início, pequena e frágil, a semente, como o grão de mostarda, irá se tornar um arbusto com belas ramagens e fortes galhos, que irão simbolizar nossas obras de misericórdia e de solidariedade. É o despontar do Reino de Deus, “presente em nós” e não só “em meio a nós”, que nos atrai e nos leva à prática do bem e das virtudes, identificando-nos, mais e mais, ao Mestre.

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