Reflexão do Evangelho de sexta-feira 15 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 15 de janeiro
Mc
2,1-12 - Cura do paralítico e perdão dos pecados
Mais uma vez, Jesus chega à sua cidade, onde
algumas pessoas lhe “trouxeram um paralítico, deitado num catre”, pedindo que Ele
o curasse. Comenta S. Hilário de Poitiers: “É necessário examinar atentamente
as palavras da cura. Ao paralítico não é dito imediatamente: sê curado ou
levanta-te e caminha, mas: ‘tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são
perdoados’”. Os doutores da Lei, sem delonga, protestam, pois o perdão dos pecados
é considerado uma prerrogativa exclusiva de Deus. Jesus não discute com eles,
mas como sinal do seu poder, Ele cura o paralítico em seu corpo. A cena faz-nos
sentir o palpitar do coração amoroso do Senhor. Seus gestos e palavras refletem
carinho por aquele homem e nos permitem reconhecer o consolo e refrigério de todas
as pessoas que, na dor e na angústia, abrem-se à liberdade de um amor profundo
e gracioso. A distância entre a falta e o perdão incondicional, sem restrição,
é preenchido pelo amor, que torna o perdão, concedido pelo Senhor, um
acontecimento libertador. E o paralítico perdoado e curado reconhece que ele
vale mais que seus atos.
Portanto,
o que é admirável não é o milagre, o inaudito, que Jesus designa como sinal de
sua missão, mas sim o poder de remeter os pecados. Poder tão divino, que a
“multidão ficou com medo e glorificou a Deus”. A única condição exigida é crer,
pois é na pureza da fé que se revela a grandeza do seu amor pelas pessoas.
Aliás, é com frequência que Ele fala da íntima relação entre fé e milagre,
entre fé e remissão dos pecados. Os primeiros cristãos experimentam essa ação
benevolente do Senhor, que os toca, sem nada exigir, sem de nada apoderar-se, e
compreendem que a fé não só está voltada para os acontecimentos salvadores do
passado, mas orienta-se também para o futuro. O perdão dos pecados reflete o
contato libertador de Jesus, em sua convivência com os pecadores, e aponta,
igualmente, para o poder salvador do Ressuscitado, despertando nos discípulos
uma confiança inabalável em sua infinita misericórdia.
A presença silenciosa, serena, sóbria e
vigorosa de Jesus, na disposição de servir a todos, envolve seus discípulos e lhes
permite ouvir: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Assim como o
paralítico, também eles, perdoados, são fortalecidos no corpo e na alma, “de
sorte que ficaram admirados e glorificaram a Deus, dizendo: ‘Nunca vimos coisa igual!
’”.
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