Reflexão do Evangelho de terça-feira 05 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de terça-feira 05 de janeiro
Mc
6,34-44 - Multiplicação dos pães (primeira)
Certa
feita, os apóstolos se reúnem a Jesus para contar-lhe o que tinham
feito e ensinado. Sentindo-os cansados, o Mestre os conduz para um
lugar solitário, onde pudessem meditar e refazer as suas forças.
Mas a multidão não o abandona, segue-o, talvez movida por
curiosidade ou por gratidão pelos benefícios recebidos. Jesus não
se sente incomodado ou perturbado, mas, enternecido, volta a ensinar.
As horas passam e o dia declina, o lugar é deserto e a multidão não
tem com que se alimentar. Atentos e preocupados, os discípulos
chegam a lhe dizer: “Despede-os para que vão aos campos e aldeias
vizinhas e comprem para si o que comer”. Olhando a multidão, Jesus
“teve compaixão dela”, era como ovelhas sem pastor, e,
percebendo que estava faminta, lhes diz: “Dai-lhes vós mesmos de
comer”. Segundo André, o irmão de Simão Pedro, não havia mais
do que cinco pães de cevada e dois peixes, como alimentar toda
aquela gente! Sempre sereno e sem titubear, Ele manda que eles
fizessem os mais de cinco mil homens e mulheres se acomodarem na
relva verde, pois seu amor remove todas as barreiras e Ele está
pronto a intervir em favor deles. Todos comeram e “ficaram
saciados, e ainda recolheram e encheram doze cestos cheios dos
pedaços de pão e de peixes”.
A
indicação de que o lugar “era deserto” não se deve atribuir só
à ênfase do Evangelista, mas também à evocação do tempo da
peregrinação do povo de Israel no deserto, figura dos tempos
messiânicos. Nesse sentido, Jesus sacia não só a fome de pão ou
da Lei de Deus, mas particularmente a fome “do pão de Deus, pão
que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6,33). À ceia do
Messias todos os famintos estão convidados.
Jesus
é o bom pastor ou, “como aqueles homens exclamavam, o profeta que
deve vir ao mundo”, que cuida do povo em sua peregrinação
terrena. Referindo-se ao fato de Jesus, antes de entregar os pães e
os peixes aos discípulos para distribuir, elevar os olhos ao céu e
dar graças, S. Hilário de Poitiers diz que “Ele o faz para que a
multidão compreenda de quem provinha tal poder”. No deserto, Deus
alimentou o povo judeu com o maná do céu, agora, a multidão é
alimentada com o pão oferecido por Jesus, sinal do pão celestial,
alimento de ressurreição, a Eucaristia. Perante esse milagre,
prenúncio do pão eucarístico, proclama S. Hipólito de Roma: “Quem
come a Vida jamais verá a morte”.
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