Reflexão do Evangelho de sexta-feira 22 de janeiro
Reflexão do Evangelho de sexta-feira 22
de janeiro
Mc 3, 13-19 - Escolha dos Apóstolos
Logo no
início de sua vida pública, o Evangelista fala do chamado dos primeiros quatro
discípulos e, finalmente, de Levi, o publicano, que passa a pertencer ao grupo dos discípulos. Interessante
é o modo como se dá o chamamento: eles estão ocupados em suas atividades do
dia-a-dia, quando Jesus passa e diz a cada um: “Vem, segue-me”. Seu chamado é
ação do Profeta escatológico, que veio para estabelecer o reinado de Deus, e
exige dos discípulos o abandono dos próprios bens e atividades, para se
colocarem totalmente a serviço do Reino, que está próximo. Dá-se uma verdadeira
conversão: declara-se a Lei como insuficiente para comunicar a justificação e
se volta para Jesus, cuja presença é experimentada como salvação, graça e
misericórdia oferecidas gratuitamente por Deus a todos. Dentre eles, Jesus escolhe
doze apóstolos, para ajudá-lo no anúncio do reino de Deus, que já se torna
realidade presente, mediante sua palavra e ação: “Ele os constituiu, para que
ficassem com Ele, para enviá-los a pregar, e terem autoridade para expulsar os
demônios”. Nessa importante ocasião, como nos momentos mais significativos da sua
vida, Jesus os conduziu a um monte, lugar de oração e de interiorização.
Após passar a noite em oração, Ele
escolhe Doze, aos quais dá o nome de Apóstolos. Já no Antigo Testamento
existiam os sheluchim, apóstolos em grego, que tinham a incumbência de reforçar
os vínculos existentes entre os lares de Israel. No Novo Testamento, o título
apóstolo adquire o sentido de missionário, também de representante ou
testemunha, pois eles terão a missão de atestar que Cristo ressuscitado é o
mesmo com quem eles conviveram em sua vida pública. “Quem vos escuta, a mim
escuta”, diz o Mestre. O primeiro “Apóstolo” ou a testemunha por excelência é
Jesus, enviado pelo Pai. Os Doze serão designados à sua imagem: “Ó Pai, como vós
me enviastes ao mundo, eu também os enviei ao mundo”.
Sobre a missão dada a eles por Jesus, declara Santo
Ambrósio: “Eles são semeadores da fé para tornar presente no mundo o auxílio da
salvação dos homens. Presta também atenção ao desígnio divino: Ele não escolheu
para o apostolado pessoas sábias, ricas, nobres, mas pescadores e publicanos,
pois não devia parecer que eles atrairiam as multidões, por causa de sua
sabedoria, nem que as comprassem com suas riquezas. Muito menos as atraíssem à
graça divina por força de seu prestígio e de sua nobreza. Prevalecia o
argumento intrínseco da verdade, não a atração do discurso”. De fato, Jesus os
chama para que estejam com Ele e possam conhecê-lo como o Filho amado do Pai
celestial, e sejam testemunhas de sua vida e ensinamentos. Eles deveriam
começar pelas ovelhas perdidas de Israel, e depois levar a sua mensagem “até os
confins da terra”.
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