Reflexão do Evangelho de quinta-feira 21 de janeiro



Reflexão do Evangelho de quinta-feira 21 de janeiro
Mc 3, 7-12 - As multidões seguem Jesus
      

       Por onde Jesus passava, as multidões se aglomeravam em torno dele para ouvi-lo e ver as obras que realizava. A sua palavra alimentava os que tinham fome de Deus e curava os que buscavam libertar-se de seus males. Movidos pela fé, muitos se achegavam a Jesus para tocá-lo e, pelo poder que dele provinha, eram curados e perdoados de seus pecados. Em sua presença, até os demônios tremiam e reconheciam sua verdadeira identidade, declarando: “Tu és o Filho de Deus”.  
       No entanto, S. Agostinho não deixa de observar: “Muito melhor que estar com o Senhor é ter fé nele”. Não basta estar em meio àquela multidão, pois “a fé é mais forte que tocá-lo com a mão. Se pensas que Cristo é só homem, tu o tocas, na terra, com as mãos, mas se tu crês que Cristo é o Senhor e igual ao Pai, então, tu o tocas, na glória do céu”.
      Pela força de uma presença cativante e pelo seu modo despretensioso e simples de ser, Jesus manifesta a bondade e a proximidade de Deus. E suas palavras e os milagres realizados adquirem, então, um sentido todo especial: são garantia de seu amor e de sua misericórdia. As multidões afluem de todas as partes, provêm da Galileia, também dos extremos sul e norte do país. Se elas são atraídas pelos milagres e querem tocá-lo, suas palavras não deixam de ser exigentes, pois não é a quem dorme que é dado o Reino de Deus, mas aos que ouvem a Palavra e cumprem os mandamentos de Deus. Os que vão a Ele, experimentam, em seus atos e palavras, a salvação, até corporalmente, e sua excepcional bonade.
      Os últimos versículos falam da multidão, que se acotovelava para chegar até Ele. Sentindo-se apertado e um tanto sufocado, Ele pede aos discípulos um pequeno barco para melhor falar ao povo. S. Beda aproveita esse detalhe para dizer: “A barca, que serve com diligência ao Senhor no mar, é a Igreja, congregada dentre as nações e que se desliza entre as ondas deste mundo. Quanto mais se dilata para receber a graça de seu fundador, tanto mais majestosa ela se torna para armazenar as coisas de seus passageiros, e assim a barca agitada por quaisquer ventos faz frente às agitadas ondas do mar”. Por isso, exclama S. Agostinho: “Toca-o tu com a fé, ó Igreja católica, toca-o com a fé”.

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