Reflexão do evangelho de segunda-feira 04 de janeiro
Reflexão
do evangelho de segunda-feira 04 de janeiro
Mt
4, 12-17.23-25 - Jesus inaugura sua pregação
João
Batista é levado à prisão, na Galileia, Jesus inicia sua vida
pública proclamando: “O tempo está realizado e o Reino de Deus
está próximo”. Ele percorre aquelas pequenas cidades que se
estendem em volta do lago de Genesaré, ensinando e curando os
enfermos. Uma diferença marca a missão dos dois mestres. Se João
Batista pregava aos que acorriam a ele, Jesus vai ao encontro das
pessoas e sua voz é ouvida pela multidão que o segue e que se
aglomera ao seu redor, no descampado do deserto ou à beira do mar,
ao longo do caminho ou no cimo de uma colina. João testemunha a
vinda do Messias, Jesus diz ser a luz do mundo ou o próprio Reino de
Deus, auto-basileia,
no dizer de Orígenes.
Para
se chegar a Ele ou ao Reino de Deus, o caminho é o Evangelho, a boa
notícia do amor e da misericórdia, e caso nós o acolhamos, volta a
dizer Orígenes, “Deus passeará em nós como num paraíso
espiritual”. No entanto, há uma exigência: urge se decidir, e a
decisão compreende mudança de vida, conversão. Por isso, desde o
início de sua pregação, Jesus lança um forte apelo:
“Convertei-vos e crede no Evangelho”. Como a voz dos profetas,
suas palavras trazem ao coração dos ouvintes a necessidade de se
ligar à “vertente”, à fonte inesgotável da vida, pois quem
dela se desliga corre o risco de deixar secar a água viva, que jorra
para a vida eterna. Contemplando o lago de Genesaré ou o rio Jordão,
eles ouvem as palavras de Jesus, que lhes transmitem sentimentos de
paz e de felicidade, e então eles reconhecem que a vertente ou a
fonte da vida é Deus ou o próprio Cristo, único capaz de
dessedentá-los corporal e espiritualmente.
Jesus
não traz uma nova doutrina filosófica, tampouco anda de cidade em
cidade a modo de um curandeiro. Ele ensina nas sinagogas e leva seus
seguidores a ler as Escrituras e a orar. O Evangelho é o anúncio,
no dizer do profeta Isaías, de um acontecimento salutar, da boa
notícia da Palavra de Deus, força eficaz e renovadora, comprovada
pelos Apóstolos, que de simples pescadores se transformam em
pescadores de homens. Bastou um simples chamado do Senhor para eles
deixarem imediatamente “tudo”, pois pelo Senhor, comenta
Tertuliano, “eles abandonaram as relações humanas, a profissão,
os negócios; como João e Tiago abandonaram seu pai e a barca, e
Mateus se levantou do telônio”. Nada é anteposto ao amor de
Cristo. E foi exatamente esta força, transmitida pelos Evangelistas,
que levou S. Agostinho a exclamar: “Edifiquemos também nós e
façamos uma casa em nosso coração, onde Ele permaneça para
ensinar-nos e falar conosco”.
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