Reflexão do Evangelho de sábado 09 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de sábado 09 de janeiro
Jo 3,
22-30 - Último testemunho de João Batista
As atividades de Jesus desenrolavam-se
na região da Judeia, lugar de mananciais, talvez não distante do Rio Jordão.
Após os ensinamentos ministrados a Nicodemos a respeito do batismo, Jesus,
seguido pelos discípulos, percorre a região, anunciando o Evangelho e
batizando. Na mesma ocasião, João, que “não tinha ainda sido encarcerado”,
batizava com água. No encontro com um judeu, seus discípulos discutem a
respeito dos “ritos de purificação”, que correspondiam ao batismo.
Os
discípulos de João defendiam o batismo na água, outros, citando as palavras dos
profetas, falavam da purificação pelo “espírito” ou pelo fogo. Em pauta, o
batismo de penitência, realizado por João Batista, e o batismo de salvação e
santificação, instituído por Jesus. O clima tornou-se tenso, a discussão
acalorou os ânimos, a ponto de os discípulos perguntarem a João: quem é que
batiza legitimamente, Jesus ou ele? Em quem acreditar? O embate é providencial,
pois propicia o testemunho final e decisivo do Precursor sobre Jesus. João não
protesta, simplesmente pronuncia o “nunc
dimittis”: “deixa agora seu servo ir em paz”, palavras do velho Simeão,
pronunciadas no Templo, ao receber em seus braços o Menino Jesus. E, de modo
incisivo, afirma: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”. Essa grandeza de alma e sua fidelidade à
missão, que lhe foi conferida por Deus, jamais deixarão de ser lembradas pelos
cristãos.
Após tais considerações, o tema
inicial sobre o batismo, causa de acirrada polêmica, foi esquecido; tornou-se
algo do passado, agora, referindo-se à parábola nupcial, tão apreciada pelos
profetas, João Batista vê a humanidade, assumida por Jesus, aproximar-se dele
como esposa ou, no dizer de S. Cirilo de Alexandria, “retornar à união mística
com Deus, pelo santo batismo”. Então, conclui S. Cirilo: “João Batista se
regozija por ter ultrapassado a condição de servidor, para poder ser chamado
amigo do esposo”. E, por uma derradeira vez, voltando-se para os seus
discípulos, sem hesitar, João volta a afirmar que a sua missão consiste em
preparar os caminhos para Jesus, que, vindo do alto, irá comunicar o Espírito
divino, “dom sem medida”.
Terminada
a sua missão, após tão longa preparação, com grande clareza e não menor
humildade, ele concita todos a irem ao encontro do Esposo e, com fervor,
acolhê-lo. Sua missão, como testemunha de Jesus, abraçada e fielmente seguida,
encerra-se ao ser levada às últimas consequências: com pouco mais de trinta
anos de idade, João dá a vida no testemunho da justiça de Deus.
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