Reflexão do Evangelho de sexta-feira 01 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de sexta-feira 01 de janeiro
Lc 2,
16-21 - Santa Mãe de Deus, Maria
No vigésimo ano do reinado de César
Augusto, todos deviam se inscrever nas listas de recenseamento. José e Maria
foram a Belém, pátria de Davi, pastor e depois rei, onde nasceu Jesus, o bom
Pastor, o rei Messias. Outros diversos paralelismos dão um sabor todo especial
a este relato. Ao falar dos pastores, que montavam guarda ao seu rebanho, salienta-se
o fato de eles terem visto sinais nos céus, “durante as vigílias da noite”. A
seguir, o Evangelista destaca a luz que brilha nas trevas, luz fulgurante que
envolve os pastores, “que ficaram tomados de grande temor”.
De
repente, o silêncio é rompido por um anjo do Senhor, que os tranquiliza e lhes anuncia
“uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje um Salvador,
que é o Cristo Senhor”. Ao anjo, une-se uma “multidão do exército celeste” que
louva a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de
boa vontade”. Maravilhados, os pastores veem os anjos e ouvem o coro celestial,
que descreve, brevemente, o que significa o nascimento do Messias, no céu e na
terra. O “hoje” de sua vinda adquire o sentido de uma força salvadora e eterna,
um hoje que não se dilui, mas que se atualiza em cada época e instante para
conduzir “os homens de boa vontade” à paz, ou seja, a viver a verdade na feliz
comunhão com Deus.
Seguindo as instruções do anjo, os
pastores dirigem-se a Belém e encontram Maria e José ao lado do Menino, “posto
numa manjedoura”. No ambiente, reinam simplicidade e pobreza, nada de grandezas
ou sinais de poder. “Eles não temem vê-lo, dizia um antigo cântico, porque Ele
é para nós misericórdia; Ele assumiu a
nossa natureza, para que o compreendamos; o nosso vulto para não nos afastemos
dele”. Neste e em outros cânticos, a misericórdia de Deus é reconhecida e celebrada
pelos simples e pobres, a exemplo dos pastores, que compreendem e participam da
alegria dos anjos. Jubilosos, louvando a Deus, eles partiram e contaram a todos
as palavras que tinham ouvido e o que tinham testemunhado a respeito do
nascimento de Jesus.
O
relato termina destacando a figura de Maria, a mãe de Jesus, “que conservava cuidadosamente
todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração”. Mais tarde, dirá Orígenes:
“Sem Deus a casa não é construída, mas também não sem a cooperação dos homens”.
Ao acolher o dom de Deus, Maria é envolvida pela sua graça, e ela se torna
prece silenciosa que irradia acolhida e afetuosidade. Mãe de Jesus, o Filho de
Deus, ela sente tudo em Deus e por isso mesmo é capaz de orar por todos e
suplicar as bênçãos do Filho para todos. Em disponibilidade total, coloca-se a
serviço de seus filhos para auxiliá-los a alcançar a felicidade, fruto do amor
generoso e gratuito de Deus. A Mãe do Filho de Deus, também nossa Mãe,
intercede por nós, a fim de podermos alcançar a beleza de uma vida escondida no
mistério misericordioso de Deus.
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