Reflexão do Evangelho de terça-feira 12 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de terça-feira 12 de janeiro
Mc
1,21-28 - Jesus em Cafarnaum e a cura de um endemoninhado
Em
sua peregrinação, Jesus e os Apóstolos iam a Cafarnaum, mais do que a outras
cidades. Lá, Jesus permanecia na casa de Simão Pedro ou de André, seu irmão. No
sábado, eles iam à sinagoga para as orações e as leituras dos textos bíblicos. Para
a instrução, o chefe da sinagoga convidava, conforme costume antigo, um dos
membros visitantes para administrá-la. Assim, Jesus teve a oportunidade não só de
realizar em Cafarnaum suas primeiras curas, como também de falar muitas vezes à
comunidade. Cafarnaum tornou-se,
deveras, um campo (Caphar) de consolação (Naum) para seus habitantes, que “se
extasiavam com os seus ensinamentos, porque Jesus lhes ensinava com autoridade
e não como os escribas” (v.22). Presos às suas palavras, eles o reconheciam
como mestre qualificado para decidir importantes questões da vida e para
exortar, com firmeza e lucidez, sem fanatismo e tons patéticos.
No entanto, o que mais os impactava era o
modo livre de falar, sua liberdade em interpretar a Lei e os profetas. Ele falava
com autoridade (ecsousia) irrestrita,
não a partir das opiniões dos rabinos, nem das orientações de Moisés ou de
algum dos profetas. No dizer de S. Jerônimo, “Ele ensinava como Senhor, não se
apoiando em outra autoridade superior, mas a partir de si mesmo”.
Numa dessas ocasiões, sua autoridade é confirmada
pela cura de um endemoninhado, que gritava, “dizendo: que queres conosco, Jesus
Nazareno? Vieste para arruinar-nos? Sei quem tu és: o Santo de Deus”. O embate
com o Mal é descrito pelo Evangelista como uma luta pela preservação da liberdade
interior, dom concedido por Deus ao homem, “que pode, no dizer de Orígenes, conduzi-lo
ao cume do bem ou precipitá-lo no abismo do mal”. A luta abrange o homem todo, seus
desejos e ações, o corpo e o espírito.
Libertado
do império do mal, o homem é reintegrado por Jesus na comunidade dos irmãos. Pasmos,
os membros da sinagoga exclamam: “Um novo ensinamento com autoridade! Até mesmo
aos espíritos impuros dá ordens, e eles lhe obedecem! ”. Os milagres e a
expulsão de demônios são sinais, manifestação da presença salvadora de Jesus. Embora
não sejam essenciais, eles colaboram para reforçar a mensagem central do
Evangelho de que Deus não abandonou o homem, mas assumiu, em Cristo, sua
história e sua vida. Ele lá está sempre
de novo, sempre inesgotável, em seu amor misericordioso.
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