Reflexão do Evangelho de domingo 17 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de domingo 17 de janeiro
Jo 2, 1-11
- Bodas de Caná
Jesus, Maria e os discípulos
encontravam-se, como convidados, nas bodas de Caná, festa que costumava durar
normalmente sete dias. Durante as comemorações, o vinho, bebida comum naquele
tempo, vem a faltar. Ao vinho liga-se o simbolismo da amizade, do amor e da
alegria. Os organizadores da festa entreolham-se, mostram-se preocupados e
constrangidos. Notando isso, Maria dirigiu-se ao seu Filho, que ainda não tinha
realizado nenhum milagre, e, de modo simples e despretensioso, diz-lhe: “Eles
não têm vinho”. O Filho compreende a mãe.
A resposta de Jesus, literalmente, “o que
há entre mim e ti”, longe de significar uma ruptura, tem um sentido religioso
e, mesmo, místico. Com esta expressão, Jesus revela que, a partir daquele
momento, início de sua missão, o essencial é a fé. Embora o fato de ser sua mãe
corporal constitua o fundamento de sua grandeza, a função dela, no interior de
sua missão salvadora, é, principalmente, ser modelo de fé para quem o segue. A
Mãe compreende o Filho. Por isso, voltando-se para os serventes, ela diz:
“Façam tudo o que Ele mandar”. Maria é exaltada, justamente, por ser
reconhecida como mulher de fé; ela é a Mãe de todos os que creem em seu Filho
Jesus.
Esta
função específica de Maria será proclamada por Jesus no madeiro da cruz, ao
dizer ao Apóstolo João, que representa todos os que o seguem e por Ele são
amados: “Eis tua Mãe! ”. Meditando esse grande mistério de amor, S. Agostinho
declara: “No momento de fazer esta obra toda divina, é como se Jesus dissesse à
sua Mãe: o poder de fazer esse milagre, eu não o tenho de ti, pois não geraste
minha divindade. Mas quando a fraqueza de minha natureza humana, que tu me
deste, for pregada à Cruz, então eu te reconhecerei e te associarei ao meu
sacrifício”.
Com acerto, pode-se dizer que o episódio
das Bodas de Caná é antecipação da “hora solene” de Jesus na cruz, na qual Ele
manifesta sua plena e eterna doação ao Pai. Vivendo essa experiência mística,
Maria, em quem o Espírito Santo armou sua tenda (schekinah), ensina que seguir
Jesus é viver a infinita ternura e compaixão dele pela humanidade. Por isso, filialmente,
suplicamos à Mãe do Filho de Deus: Mãe, intercedei por nós!
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