Reflexão do Evangelho de quinta-feira 07 de janeiro
Reflexão
do Evangelho de quinta-feira 07 de janeiro
Lc 4,
14-22 - Jesus em Nazaré – início de sua pregação
No início de sua missão, sob o impulso
do Espírito Santo, Jesus anuncia o reino da Verdade, em contraposição ao reino
da ilusão, da falsidade e da mentira. Sua ação redentora e santificadora
corresponde ao fato de Ele dar testemunho da Verdade e o ato de fé dos que o
seguem supõe buscar e viver a sua mensagem. Daí, a grande importância dada nos
Evangelhos ao verbo ouvir (akouein), visto como caminho seguro para se chegar à
fé: “Quem ouve a minha palavra e crê em quem me enviou, tem vida eterna e não é
submetido a julgamento, mas passou da morte à vida” (Jo 5,24).
A falta de fé equivale a não ouvir a
palavra de Jesus e constitui um obstáculo para obter a saúde do corpo e da
alma. É o que os discípulos irão constatar justamente quando Jesus, depois de
certo tempo distante de sua “pátria”, resolve voltar a Nazaré, onde tinha sido
criado. Num dia de sábado, Ele encontra-se na sinagoga da cidade. A curiosidade
era grande. Muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos
milagres que tinha realizado. No momento da leitura da Bíblia, como era
costume, eles colocaram o rolo de papiro diante do visitante. Jesus lê
justamente um trecho do profeta Isaías:
“O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-me para proclamar a remissão aos presos e aos cegos a
recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar
um ano de graça do Senhor”.
Terminada a leitura, após enrolar o
livro, voltando-se para os ouvintes, que o olhavam atentos, Jesus lhes diz:
“Hoje, realizou-se essa Escritura que acabastes de ouvir”. O tempo da salvação
é anunciado e introduzido por Ele, pois o Espírito divino, como uma unção
profética, se manifesta em sua pregação e, não menos, nos milagres que Ele
realiza: aos cativos e oprimidos, a liberdade; aos cegos, a luz; aos pobres, o
Evangelho. Efetivamente, Jesus age por palavras e atos, que vão além de um
benefício material; o Evangelho possui uma força especial e eminentemente
escatológica, que dá acesso à Verdade, que liberta e ilumina.
Como
se infere, Jesus, por ser portador permanente do Espírito divino, no dizer de
S. Irineu, “nos salva e nos torna participantes da superabundância dessa
unção”. E nós, num ato o mais pessoal possível, ao aceitarmos essa dádiva,
somos levados por Ele ao Pai, no qual, salvos e resgatados, iremos estabelecer
nossa morada eterna.
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