Reflexão do Evangelho do dia 19/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 19 de setembro
Lc 7, 31-35: Julgamento de Jesus sobre sua geração
       
         Jesus se pergunta: “A quem, pois, hei de comparar os homens desta geração?” O termo geração, em seu sentido semítico, designa aqueles que pertencem a um determinado “círculo” de pessoas. Do ponto de vista temporal, ele sugere certa duração de tempo ou, mais especificamente, expressa uma massa de pessoas vivendo, mais ou menos, na mesma época ou que se reúne por possuir qualidades afins, boas ou más. Fala-se, então, da geração dos justos e dos perversos. Nos Evangelhos tal termo é expresso pela palavra grega “genea” para indicar a ideia de origem comum e, secundariamente, os que foram nascidos num período de trinta anos, idade de uma geração.
          Apesar da variedade de significados, a palavra assume relevância no Evangelho, pois a ela liga-se o apelo à penitência. À geração presente é chegada a hora de Deus, a hora da graça, tempo propício para festejar com alegria a presença do esposo, que proclama a boa nova do Reino. Ela jejuará quando ele já não mais estiver no meio dela.
Não reconhecendo Jesus como o Messias esperado e desejado, os chefes religiosos chamam-no de glutão e de beberrão, amigo dos publicanos e dos pecadores. Interpretam-no erroneamente. Jesus não é amigo do pecado, diante do qual ele é particularmente severo, condenando-o. Mas ele não deixa de frisar que veio trazer a salvação aos que se reconhecem pecadores e assumem a atitude espiritual dos que acolhem a misericórdia divina. S. Agostinho identifica essa atitude com a humildade, “sem a qual não há esperança de salvação”.
        Se a proclamação da boa nova é causa de grande alegria para os que a ouvem, ela não deixa de ser uma advertência aos que a recusam. Há uma exigência: ser ou não de Deus. Quem ouve a mensagem de Jesus tem o coração aberto para Deus e participa do desígnio divino da salvação. Movido pela certeza na fé de que o Senhor é amigo dos pecadores, pelos quais ele deu a vida, uma impaciência, uma pressa toca-o  no desejo de ultrapassar-se para atingir o Soberano Bem, que saciará suas aspirações e expectativas. Desde já ele participa da imortalidade.         

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