Reflexão do Evangelho do dia 30/09/2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Domingo – 30 de
setembro
Mc 9, 38-43. 45,
47-48: O uso do nome de Jesus
O
texto evangélico adverte contra a tentação de querer apoderar-se do ministério
público de Jesus. “Diz o Apóstolo João: Mestre, vimos alguém que não nos segue,
expulsando demônios em teu nome, e o impedimos porque não nos seguia”. O
desígnio universal da salvação passa por Jesus, pois ele mesmo diz: “Eu sou o caminho,
a verdade e a vida”. A História da Salvação, porém, ultrapassa os limites da história
bíblica. S. Clemente de Roma salienta que desde as origens do mundo, as
maneiras relacionais de Deus com a humanidade são as mesmas. Há uma só
História, regida pelas mesmas leis fundamentais: doçura, paz e humildade. Ela
compreende os judeus e os cristãos, mas também os pagãos e suas virtudes
pertencem a esta História. Para toda a família humana são implorados os dons de
Deus (n.60,4). Escreve S. Agostinho: “Como existe na Católica o que não é
católico, assim também pode haver algo católico, fora da Católica”. Ouvimos o
Apóstolo S. Paulo: “Cristo é proclamado, e com isso eu me regozijo” (Fl 1,18). Paulo
torna-se eco das palavras de Jesus aos seus apóstolos: “Não o impeçais, pois
não há ninguém que faça um milagre em meu nome e logo depois possa falar mal de
mim”. Escreve ainda S. Agostinho: “Jesus permite que ele continue a agir, pois
assim recomendava seu nome, útil a muitos”.
Jesus
repreende os seus discípulos, dirigindo-lhes uma palavra de tolerância e de
bondade. Talvez eles fossem movidos pela inveja e pelo ciúme, sentimentos que
deveriam ser superados pela satisfação de ver o bem realizado. Aliás, o objeto
do amor e da inveja é o mesmo, o bem do próximo, porém, experimentado de modo
diferente. Quem ama se regozija com o bem realizado pelo outro, ao invés
daquele que, movido pela inveja, se julga diminuído pelo bem de outrem. Jesus
eleva-os acima de suas estreitas ideias e os introduz nos mistérios da
sabedoria e do conhecimento de Deus. E eles sentem arder em seus corações o amor,
que lhes permite desejar todo bem ao próximo. Assim, no poder do amor, eles jamais
serão dominados pela inveja ou pelo ciúme e compreenderão as palavras do
Mestre: “Quem não está contra nós está conosco”.
À diferença dos
escribas e fariseus, intransigentes, Jesus recomenda aos seus discípulos uma
atitude mais tolerante. Porém, ao
encerrar suas palavras, dirigindo-se aos que creem nele, Jesus alerta-os de não
escandalizarem, sobretudo, “um destes pequeninos que creem”, pois incorrerão em
graves castigos. Há de se permanecer fiel no serviço aos seus semelhantes e, caso
conservem o sal do amor de Deus, eles viverão em paz, concórdia e mútua
edificação.
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