Reflexão do evangelho do dia 05/09/2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Quarta-feira – 05 de
setembro
Lc 4, 38-44: A cura da
sogra de Pedro
Estando
a sogra do Apóstolo S. Pedro doente, Jesus entra em sua casa e dela se
aproxima. O médico misericordioso toma a iniciativa. Vai ao encontro da doente
e a levanta, tomando-a pela mão. Ao toque de Jesus a febre se afasta. S.
Jerônimo exclama: “Que o Senhor toque também nossa mão, para que sejam
purificadas nossas obras, que Ele entre em nossa casa, para que nos levantemos
para servir”. De fato, o Evangelho narra que, ao entardecer, a sogra de Pedro,
já curada, os servia.
Os Santos Padres, a
partir deste milagre, exortam a comunidade cristã a estender a mão ao que está
caído para levantá-lo, comunicando-lhe novo ânimo. Estender a mão é ir ao que
está aflito e angustiado ou acorrentado às realidades materiais e comunicar-lhe
a Boa-Nova do Evangelho, a fim de que ele possa, pelo sacramento da confissão,
especialmente pela Eucaristia, receber “o fogo do amor divino na sua alma e no
seu corpo”. Todo aquele que se deixa tocar pelo amor de Jesus, manifestado em
seus seguidores, embora caído, ergue-se e está pronto a servir o pão da
misericórdia e da bondade aos seus semelhantes. O amor e a liberdade, infinitos
em Jesus, constituem a força necessária para a construção de um mundo fraterno,
responsável e solidário.
Após
a cura da sogra do Apóstolo, os vizinhos e habitantes da cidade “trouxeram a
Jesus todos os que estavam enfermos e endemoninhados”. Diante desse fato, S.
Maximo exclama: “Quanto mais eficaz aquele que cura, tanto mais importuno se
torna o sofredor”. Embora os milagres não sejam sua meta principal, a misericórdia
de Jesus é inesgotável: “Impondo as mãos sobre cada um, curava-os”. Pois o
objetivo de sua missão é a pregação da Palavra de Deus e o estabelecimento do
Reino de Deus, tantas vezes, publicamente, manifestado por ele.
Ao raiar do dia, como
era seu costume, ele saiu e foi para um lugar solitário, pondo-se em oração. Jesus
passa horas e noites inteiras em oração, em perfeita comunhão com o Pai
celestial. Atitude, que se torna um forte apelo à conversão, pois a oração é
fonte de vida divina. Só se tem uma relação pessoal com o Deus vivo, caso haja
uma prática constante de oração, alimentada pela certeza, que nos encoraja e
nos revigora interiormente, de que o Senhor existe e nos ama. Não estamos sós,
perdidos ou largados, diante do nada ou da incerteza. Na oração, reconhecemos
que existe um outro, o nosso Deus, ao qual nos achegamos e com o qual, unidos a
Jesus, mantemos profunda intimidade.
S.
Agostinho observa que a oração não é um ato humano que traz Deus a nós, pois “ele
é mais íntimo a nós que nós a nós mesmos”. O objetivo da oração é avizinhar-nos
dele e, pelo diálogo, tomar consciência da sua presença amorosa em nossa vida. Então,
no sussurro mais puro de nossa intimidade, brota de nossos lábios a prece:
“Senhor tudo está em Ti, eu mesmo estou em Ti, acolhe-me!”
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