Reflexão do Evangelho do dia 03/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Segunda-feira – 03 de setembro
Lc 4, 16-30: Jesus em Nazaré
        
         Jesus encontra-se na sinagoga de sua cidade. Os habitantes de Nazaré estão atentos às suas palavras, pois muitos tinham ouvido falar a respeito dos seus ensinamentos e dos milagres realizados por ele. A curiosidade era grande. Pensavam e discutiam entre si quais seriam os sinais que ele faria em sua própria terra. Conforme costume judaico, uma passagem do profeta Isaías lhe é dado para ler. Orígenes diz ter sido “a escolha providencial, pois o texto proclama o início da era messiânica da salvação em Jesus”. Refere-se ao Messias como Deus e homem. Escreve S. Cirilo de Alexandria: “Era necessário que ele se manifestasse aos israelitas e que o mistério da encarnação resplandecesse para os que não o reconheciam”. Citando o profeta, Jesus declara-se Deus, nascido homem, para salvar o mundo. Todos não deixavam de fixá-lo. Mas com que olhar o vêem? Ao se dirigir aos fiéis, Orígenes observa que “não gostaria que seus ouvintes o olhassem com os olhos do corpo, como lá na sinagoga, mas com os olhos do coração. Se assim o fizerdes, os vossos olhos resplandecerão na luz do seu olhar e, então, podereis dizer: ‘A luz do seu rosto, Senhor, deixou o seu sinal em nós’”.  
         Estando a incredulidade enraizada no coração de seus ouvintes, Jesus volve os olhos para eles, no desejo de tocá-los e levá-los à conversão e, em tom mais severo, diz que nenhum profeta é ouvido em sua própria terra, nem é reconhecido pelos seus parentes. Palavras chocantes. Os gentios, pelo contrário, demonstram mais fé em Deus do que os escolhidos de Israel. Exemplifica Jesus: Elias foi enviado a uma viúva, em Sarepta, na região da Sidônia, enquanto tantas outras viviam em Israel e, no tempo do profeta Eliseu, “havia muitos leprosos em Israel, todavia, nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naamã”. Suas palavras soam ofensivas, pois, naquela época, os judeus julgavam os gentios, isto é, os estrangeiros como pessoas distantes de Deus e, por conseguinte, excluídas da Aliança divina. “Diante destas palavras, todos na sinagoga se enfureceram”.
Jesus não se intimida e declara-os cegos diante da misericórdia de Deus e de seu plano redentor para todas as nações. Com efeito, considera Orígenes, “ele acabara de ler uma profecia sobre a salvação realizada pelo Messias. Salvação que irrompia no mundo através do ministério de Jesus. Era o ano da graça e do perdão do Senhor”. Ao rejeitá-lo, a população leva-o a não realizar milagres, conforme S. Ambrósio, “para não pensarmos que sejamos constrangidos pelo amor à pátria. Na realidade, aquele que amava todos os homens não podia deixar de amar os seus concidadãos, mas eles mesmos, comportando-se de modo invejoso, renunciaram o amor à pátria”.  Então, exclama s. Cirilo de Alexandria, “Jesus reporta-se aos pagãos, que o acolheriam e seriam curados de sua lepra”.
          

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