Reflexão do Evangelho do dia 14/09/2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Sexta-feira - 14 de
setembro
Jo. 3, 13-17 – Exaltação da Santa Cruz
Ao
falar de sua missão, Jesus nomeia-se “Filho do Homem”, o crucificado, que “desceu
do céu”, de junto de Deus. No dizer do Apóstolo S. Paulo, sua missão manifesta
o “mistério escondido desde toda a eternidade em Deus”. Mistério de amor e de
misericórdia revelado por Jesus, o Filho de Deus. Sua missão é marcada pela
cruz, sinal de salvação para toda a humanidade. No deserto, Moisés a prefigura,
mandando erguer uma serpente de bronze. Qual estandarte levantado, os que
olhavam para ela, ainda que picados pela serpente venenosa, eram salvos. Lá a prefiguração.
No Calvário a realização. Lá a vida humana é preservada, na cruz a vida eterna
é concedida aos que dirigem com fé seu olhar para Jesus.
O mesmo Deus,
eternamente Deus, em sua infinita misericórdia, penetra a história dos homens e
os conduz à eterna felicidade. Um hino antigo proclama: “O Filho da Virgem é
atravessado por uma lança. Glória seja dada a tua paixão, ó Cristo, glória a
tua paixão! Revela-nos a tua santa ressurreição!” Pelo crucificado somos
introduzidos no coração amoroso de Deus e vivemos um novo nascimento. Uma certeza
é-nos dada na fé: Não seremos reduzidos ao nada, já obtivemos dele a
regeneração do alto. Mistério de amor (ágape) que se revela na treva, mais que
luminosa, do silêncio da cruz.
No
Evangelho, S. João insiste sobre o verbo “elevar” para significar a morte de
Jesus na Cruz, sinal e força que atrai todos a ele. Confirmam-se as palavras de
Jesus: “Quando eu for elevado atrairei todos a mim”. Pela cruz participamos de
sua divindade. Ela é fonte de vida eterna, pois ao contemplá-la acolhemos o
Crucificado. Ele vem a nós, desce aos nossos corações, somos redimidos e conduzidos
à sua glória. Exclama S. Cirilo de Alexandria: “Todos que contemplarem Jesus
viverão. Como Filho e herdeiro do Pai, Jesus liberta os homens da escravidão, e
a lei que condena se transforma em graça que justifica”. Nele somos salvos. Se
Jesus traz sobre si os sinais da morte e da cruz, ele vive e transmite a vida
definitivamente livre de todo condicionamento humano. É a suave brisa da vitória
pascal que alcança todos os que nele creem. Por isso, na antiguidade, para
manifestar sua exaltação, a cruz trazia sempre uma auréola brilhante, circundando
o Crucificado.
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