Reflexão do Evangelho do dia 06/09/2012
Reflexão de Dom
Fernando Antônio Figueiredo para:
Quinta-feira – 06 de
setembro
Lc 5, 1-11: Vocação dos primeiros discípulos
O
fato de Jesus mandar lançar as redes ao mar e o resultado da pesca são
reconhecidos por S Agostinho como sinal da “obra de Jesus e da própria Igreja no
tempo presente”. Da barca de Simão Pedro, Jesus fala à multidão. Gesto muito
significativo, não só para entrever a posição de Pedro em sua Igreja, mas
também para indicar a missão daqueles simples pescadores, que se tornariam pescadores
de homens. S. Ambrósio observa: “Jesus subiu ao barco de Pedro, barco em S.
Mateus sacudido pelas vagas do mar e, agora, em S. Lucas repleto de peixes,
para que tu reconheças os inícios frágeis da Igreja e seu desenvolvimento
ulterior. Os peixes representam os homens que fazem a travessia dessa vida”. S.
Agostinho comenta a passagem, lembrando que os apóstolos “receberam de Jesus as
redes da palavra de Deus e a lançaram no mundo, como num mar profundo, e
recolheram todo número de cristãos que com estupor vemos hoje”. Continua ele: “As
duas barcas simbolizam dois povos: os judeus e os pagãos, a sinagoga e a
Igreja, os circuncisos e os incircuncisos”. Assim, a presença de Jesus na barca
torna-a símbolo da Igreja, cuja missão é anunciar o Evangelho a todos os povos.
Durante
a noite toda, os Apóstolos tinham-se fatigado, sem nada apanhar. Mas, à voz do
Senhor, as redes enchem-se de peixes e o apóstolo S. Pedro exclama: “Afasta-me
de mim, Senhor, porque sou um pecador!” Responde-lhe Jesus: “Não tenhas medo!
Doravante, tu serás pescador de homens”. Importante é manter-se unido ao Senhor
e ser obediente à sua Palavra. Então, o Apóstolo poderá lançar a rede do
ensinamento evangélico e o resultado será, sem dúvida, frutuoso. Como Pedro, os
posteriores evangelizadores deverão aderir à presença secreta e revelada do
Filho de Deus, nascido de Maria. A comunhão com ele é verdadeira vida. S.
Irineu de Lyon professa: “Uma vida sem eternidade é indigna do nome de vida.
Verdadeira é só a vida eterna”.
S. Cirilo de Alexandria reconhece que, através
dos tempos, “a rede continua a ser lançada, mas é Cristo que a enche, pois só
ele chama à conversão os que, segundo a Palavra das Escrituras, se encontram
nos abismos do mar, isto é, nas ondas tempestuosas das coisas do mundo”. O
Senhor convoca, recolhe e confere uma identidade precisa a quem o segue. Experiente
pescador, diante do resultado da pesca, Pedro fica estupefato e o assombro toma
conta de sua alma. Dá-se, então, seu indizível
encontro com Jesus, o Filho de Deus, e ele coloca-se a serviço dele e de sua
poderosa Palavra.
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