Reflexão do Evangelho do dia 07/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo
Sexta-feira – 07 de setembro
Lc 5, 33-39: Discurso sobre o jejum

       Em seu fervor, os discípulos de João e os fariseus multiplicam jejuns e orações. Os profetas, porém, insistiam menos sobre a severidade do jejum e muito mais sobre a conduta justa e caritativa para com o próximo. A pregação deles era um forte apelo à misericórdia e à bondade.  
       À pergunta dos fariseus sobre a razão porque “os seus discípulos não jejuam”, Jesus atribui a si as palavras das Escrituras que descreviam o Messias como o esposo. Pergunta-lhes: “Podem jejuar os amigos do noivo enquanto o noivo está com eles?” Comenta S. Hilário de Poitiers: “Este fato demonstra a alegria dos discípulos com a presença de Jesus”. Se as núpcias só irão realizar-se definitivamente no fim dos tempos, como se conclui da parábola do banquete e das virgens prudentes, porém, antes do evento escatológico, o Esposo já veio por um tempo. É a atual presença de Jesus, que se estende pelos três anos de seu ministério público, período em que os discípulos não jejuarão.
       A expressão “os amigos do Esposo” indica “os que se relacionam com ele”, mais precisamente, o círculo dos discípulos que o acompanham. O essencial na resposta de Jesus é que o Esposo está lá e com Ele o tempo messiânico, tempo de núpcias, de abundância e de alegria. Ao dizer: “quando Ele lhes for tirado”, Jesus evoca sua morte, também sua Ascensão. Então, eles jejuarão.
A seguir, ele refere-se ao “remendo de pano novo em roupa velha em que o rasgo se torna maior” ou do “vinho novo em odres velhos”, o que provocaria o rompimento destes últimos. S. João Crisóstomo reporta-se a esta citação para lembrar o fato de “os discípulos não estarem suficientemente fortes e terem necessidade de muita condescendência. Eles não tinham ainda sido renovados e fortalecidos pelo Espírito Santo”. “Só então jejuarão”, proclama S. Basílio Magno. Eles jejuarão “para proclamar que suas vidas estão orientadas para as realidades que ultrapassam os bens simplesmente materiais e carnais”. A vida cristã, presente no meio do mundo, é um constante anúncio das realidades espirituais.
 Portanto, no caminho para a salvação, o jejum designa o combate interior e preconiza a vitória do espírito sobre o pecado e o mal. O coração ardente do cristão sentirá saciada sua fome de Deus e alcançará a liberdade diante do que é terreno e material. Pelo jejum, sobretudo, pela oração não é Deus que vem a nós, somos nós que nos avizinhamos mais e mais dele. Nossa alma se renova e de nosso coração brotam as palavras do peregrino Macário: “Senhor, tudo está em ti, e eu mesmo estou em ti, acolhe-me”.  
             

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