Reflexão do Evangelho do dia 28/09/2012


Reflexão de Dom Fernando Antônio Figueiredo para:
Sexta-feira – 28 de setembro
Lc 9, 18-22 – Confissão de S. Pedro

        A iniciativa é de Jesus. Ele interroga os Apóstolos: “Quem dizem os homens que eu sou?” A própria pergunta coloca-os de início num ponto de vista humano, levando-os a considerar sua natureza humana. Porém, a resposta de S. Pedro abre os horizontes e leva-os a reconhecer a sua natureza divina: “Tu és o Messias”, o Cristo, o ungido por excelência de Deus. A esse respeito, lembra S. Beda: “Quando Jesus diz de si mesmo ser o ‘Filho do homem’, Natanael o designa de ‘Filho de Deus’.” De forma análoga, continua S. Beda, é o que sucede com os evangelistas. Quando o Senhor pergunta aos discípulos quem dizem os homens que é o Filho do homem, Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”. Revelam-se, assim, as duas naturezas de Jesus, a humana e a divina. Ele é o Filho de Deus que se tornou homem no seio puríssimo da Virgem Maria. É o mistério da Encarnação. Deus se faz um de nós, comunicando-nos as riquezas de Deus, para nele chegarmos a Deus, como seus filhos e filhas por adoção. Pois, pelo batismo no Espírito Santo, é-nos concedida a faculdade inefável de penetrar na divindade. 
        Escreve S. Hilário: “O Filho de Deus, nascido de Deus, eternamente, assumiu um corpo, se fez homem; e assim como a Eternidade assumiu o corpo de nossa natureza, devemos ter consciência de que a natureza de nosso corpo pode receber (no Cristo) o poder da Eternidade. E porque é essencial à fé reconhecer a dupla natureza do Cristo, o Senhor pergunta aos seus discípulos: ‘Quem dizem os homens que eu sou’?” É preciso reter e confessar que o Cristo é o Filho de Deus e o Filho do homem. “Confessar um sem o outro, não nos daria nenhuma esperança de salvação”. Ao fazer a pergunta, Jesus “deixa pressentir que para além do que se via nele, havia algo mais para compreender”. Ele é o Filho de Deus, consubstancial ao Pai, que veio até nós.
        Em Jesus resplandece a face humana de Deus, um Deus que, no amor, se aniquila para que o homem, em sua liberdade, alcance a imortalidade, no encontro com ele, o Imortal. Purifica-se a natureza humana, que se aperfeiçoa até “fazer-se aparecer, na expressão de S. Máximo, na unidade e identidade com a natureza divina pela graça”. Realiza-se a missão que recebemos no batismo. Escreve S. Beda: “Ele nos chama seus amigos porque no batismo também somos ungidos com o crisma visível para receber a graça do Espírito Santo. E mais. O próprio nome de cristãos, que nos foi dado, em virtude do nome de Cristo”, declara que o seguimos e a ele nos identificamos. A profissão de fé do Apóstolo S. Pedro é assumida, professada e vivida por nós.                  

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